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domingo, setembro 22, 2013

DEBATE OU POLÊMICA?

OLHAR GREGO

Filosofia 

Aprendi a conviver com os livros desde criança, graças a Deus, as minhas leituras nunca foram em vão. De autodidata em Teologia hoje me sinto realizado ao passar pela Universidade e algumas Faculdades. A Filosofia sempre esteve comigo. Abriu minha mente para a reflexão e a crítica, algo tão escasso na sociedade e no pentecostalismo da América do Sul.
A Filosofia entre outras disciplinas, que nos ajudam a usar o bom senso e quando isso acontece gera confronto de ideias opostos aos manipulados pelas classes dominantes, que tem o ignorante como seu escravo. O sábio questiona, o ignorante concorda. (Expedito).
Vivemos dias parecidos com os tempos das indulgências, em que as pobres almas pagavam por um suposto benefício divino, tempo da ignorância. Os tempos negros das trevas eclesiais de alguns segmentos religiosos também favoreceram a ignorância por imposição a manter distância ao acesso a Filosofia. Criaram cristãos robotizados, como se fossem comandados por controles remotos. Limitaram o acesso às informações que iriam contribuir para um povo cristão mais sábio e desenvolvido culturalmente, sem querer generalizar, mas temos poucos exemplos.
Muitos desses líderes diziam a Teologia é do diabo, e a Filosofia também não de Deus. Esqueceram que o rei Salomão foi o maior Teólogo e Filósofo de todos os tempos. Escreveu Provérbios, Cantares e Eclesiastes. Cristo fez uma comparação Salomão dizendo: “A rainha do meio-dia se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Eis aqui quem é mais do que Salomão”. (Mateus 12: 42). Cristo valorizou e apoiou a atitude da rainha por ouvir a sabedoria de Salomão. Cristo valorizou a rainha e também o douto Salomão.
Ainda que não sejamos filósofos por formação, todavia, somos condicionados ao saber filosófico, mesmo que seja um simples diálogo com alguém estamos filosofando.
Espero que gostem desse texto. Boa leitura!
                                                                                   Renato Janine Ribeiro (Ciência & Vida, 2011).
A Filosofia nasce, segundo muitos, com diálogos de Platão, tendo Sócrates como personagem. O primeiro grande filósofo – Sócrates – não escreveu nada, só falou, dialogou. Entre os séculos 16 e 18, vários autores escreveram diálogos filosóficos – Galileu, Barkeley, Hobbes, Rosseau – mas não tinham a veia socrática. Geralmente, só expõem ideias. O diálogo socrático ou platônico é mais que isso. É uma experiência de seres humanos crescendo intelectual e espiritualmente, e de cidadãos pensando em conjunto. Não se limita a expor a “verdade”, mas coloca dúvidas – e cria uma comunidade de pensantes.
Decadência?
Curioso que em nosso tempo, tão livre, em que até se pode falar contra a divindade (o que os democráticos gregos proibiam), o debate tenha perdido o vigor. Mas se discute tanto hoje em dia! A boa notícia, para quem gosta de Filosofia, é que ela voltou à moda.
Foi desprezada nos anos negros da ditadura, mas, há pelo menos vinte anos, tornou a ser cultivada. Um grande nome contribuiu para essa mudança no Brasil: Adauto Novaes, que em cerca de trinta seminários (e livros) colocou nossos professores de Filosofia a pensar questões candentes e a dizê-las em público.
A má notícia é que a divulgação mais extensa da Filosofia acompanha um gosto pela polêmica, nem intelectual nem filosófico. Polêmica vem da palavra polemos. “guerra”. Polemistas vão à batalha. Cada um se aferra a suas posições e tenta destruir o outro. O guerreiro, além de querer e precisar matar o inimigo, não deve recuar nem negociar. Negociações são coisas de civil e às vezes vistas, pelos militares, como traição.
É possível pensar assim como se guerreia? Nietzsche falava em filosofar a marteladas. Ele chocava talvez guerreasse. Mas há pensamentos quando não ocorre o risco de mudar de opinião? O polemista, tão comum hoje no Brasil, é uma caricatura do debatedor. Repete sempre o mesmo.
Pensar
“E sempre zombei de todo filósofo que não zombou de si mesmo”: também é Nietzsche, no começo da Gaia ciência.  O pensador se dispõe a rever suas ideias. Pode ter prazer em debates, mas seu compromisso não é com uma ideia só. É com o movimento do pensar, sempre livre. Ele está acima da fácil glória de vencer sem convencer.
Por que nossos acadêmicos mais polemizam do que debatem? Fazem caricatura da posição alheia. Atacam o outro, atribuindo-lhe o que ele não disse. Isso preocupa. Nosso país ainda é pobre em Filosofia. Faz mais história dela do que, propriamente, Filosofia. Mas como filosofar se em vez do debate civil, na praça pública, aonde os atenienses iam desarmados, porque contava só a palavra, temos a guerra, a língua ferina, a palavra como arma?
Construir a sociedade
A ágora é coisa de civis, de civilizados. Supõe uma redução dos conflitos. Eles existem, mas nas palavras. O laço social cresce quando as pessoas confiam umas nas outras. Para isso, precisamos ter um quadro de leis a que obedeçamos, mas que nos deixem ampla liberdade para discutir. Falta-nos debate. Temos muita histeria, pouca discussão de verdade. Talvez, no fundo, falta ainda em nosso país o prazer de pensar. Porque, quando se gosta de pensar, não importa quem ganhe: o bom é discutir, é poder mudar de ideia. (grifo meu).
“Os homens usam palavras para ofender os outros; pois, vendo que a natureza armou as criaturas vivas, umas com garras, outras com chifres e outras ainda com patas para ferir um inimigo, é mero abuso da linguagem feri-lo com a língua”. Hobbes, Leviatã, 1651, cap.4.
Os motivos em que se acredita
Apesar da importância que possa haver em conhecer os autênticos motivos que guiaram até hoje as ações humanas, talvez seja mais importante ainda, para quem procura o conhecimento, saber qual crença está ligada a este ou aquele motivo, quero dizer, conhecer o que a humanidade supôs e imaginou até o presente como sendo a verdadeira alavanca de seus atos. “De fato, a felicidade e a miséria interior dos homens vieram-lhe de sua crença neste ou naquele motivo – e não naquilo que foi motivo verdadeiro!” (grifo meu) Este tem apenas um interesse secundário – (Nietzsche – A Gaia Ciência).
“O polemista comum hoje no Brasil, é uma caricatura do debatedor. Repete sempre o mesmo”.

Até a próxima postagem se Deus quiser.

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