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domingo, outubro 13, 2013

SANTIFICAÇÃO

Teologia Sistemática/Doutrina Bíblica.
A vida cristã precisa ser alimentada com santidade e vivência cotidiana santa aos pés do Senhor. Na oração sacerdotal Cristo fez menção à santificação ao dizer: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. (João 17: 17). A santificação é uma ação que se processa na vida do cristão, que tem seu princípio em Cristo o Verbo divino encarnado. No processo de santificação, devemos estar “olhando para Jesus, autor e consumador da fé,...”. Tudo que se faz para a santificação usando os meios coerentes como: jejuns, meditação nas Escrituras, orações e até algum tipo de voto, pode ser considerado, mas nada supera a Palavra de Deus para a nossa santificação. A Palavra de Deus deve ser prioridade em nossas vidas por que ela é. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho”. (Salmo 119: 105).
 Louis Berkhof
A. OS TERMOS ESCRITURÍSTICOS PARA A SANTIFICAÇÃO E SANTIDADE
1. Os termos do Antigo Testamento: A palavra do AT para “santificar” é gadash, um verbo que é usado no niphal e hithpa el. O substantivo correspondente ao verbo gadash é godesh, enquanto o adjetivo é gadoh.
As formas verbis são derivadas das nominais e adjetivas. O significado original dessas palavras é incerto. Alguns têm a opinião que a palavra gadash é relacionada com chadash, que significa brilhar. Isto estaria em harmonia com o aspecto qualitativo da ideia bíblica de santidade, nominalmente, aquela de pureza. Outros, com um maior grau de probabilidade, derivam a palavra da raiz gad, que significa “cortar”. Isto faria da ideia de separação a ideia original. A palavra indicaria, então, distância, separação ou majestade. Embora este significado das palavras das palavras “santificação” e “santidade” possa parecer inusitado para nós, ele é com toda a probabilidade a ideia fundamental expressa por elas. Diz Girdlestone:
“Os termos “santificação” e “santidade” são atualmente usados tão frequentemente para representarem qualidades morais e espirituais ou relação existente entre Deus e alguma pessoa ou coisa consagrada a Ele; apesar disso este parece ser o sentido real da palavra”. Igualmente, Cremer-Koegel chama atenção para o fato de que a ideia de separação é fundamental para a de santidade. “Heiligkeit ist ein verhaeltnisberiff”. Ao mesmo tempo é admitido que as duas ideias de santidade e separação não se confundem, não se absorvem mutuamente, mas a primeira até certo ponto serve para qualificar a última.
2. Os termos do Novo Testamento: a) O verbo hagiazo e seus vários significados. O verbo hagiazo é derivado de hagios, que como o hebraico gadosch expressa primariamente a ideia de separação. Ele é usado em vários sentidos diferentes, entretanto, em o Novo Testamento nós podemos distinguir os seguintes:
1) Ele é usado em um sentido mental de pessoas ou coisas, (Mt. 6: 9; Lc. 11: 2; IPd. 3: 15). Em tais casos significa “olhar um objeto como santo”, “atribuir santidade a ele”, ou “reconhecer sua santidade por palavra ou feito”.
2) Ele é empregado ocasionalmente em sentido ritual, isto é, no sentido de “separação de propósito ordinários para sagrados”, ou de “colocar à parte para certo ofício”, (Mt. 23: 17, 19; Jo.10: 36; IITm 2: 21).
3) Outra vez ele é usado para expressar aquela operação de Deus pela qualidade subjetiva de santidade, (Jo. 17: 17; At. 20: 32; 26: 18; ICo. 1: 2; ITs. 5: 23).
4) Finalmente, na Epístola aos Hebreus ele parece ser usado em sentido expiatório, e também no sentido que tem relação com dikaioo paulino, (Hb. 9: 13; 10: 10, 29; 13: 12).
b) Os adjetivos que expressam a ideia de santidade.
1) Hieros. A palavra que é usada menos e que também é menos expressiva é a palavra hieros. Ela é achada somente em (ICo. 9: 13; IITm. 3: 15), e aí se refere não a pessoas, mas a coisas. Ela não expressa excelência moral, mas expressa o caráter inviolável da coisa preferida, que provém de relação pela qual ela está para com Deus. Ela é melhor traduzida pela palavra portuguesa “sagrado”.
2) Hosios. A palavra hosios é de ocorrência mais frequente. Ela é achada em (At. 2: 27; 13: 34, 35; ITm. 2: 8; Tt. 1: 8; Hb. 7: 26; Ap. 15: 4, 16: 5) e não é aplicado somente a coisas mas também a Deus e a Cristo. Ela descreve uma pessoa ou coisa como livre de mancha ou maldade, ou mais ativamente (de pessoas) como cumprindo toda obrigação moral.
3) Hagnos. Apalavra hagnos ocorre em (IICo. 7: 11; 11: 2; Fp. 4: 8; ITm. 5: 22; Tg. 3: 17; IPd. 3: 2; IJo. 3: 3). A ideia fundamental da palavra parece ser a de liberdade da impureza e mancha em sentido ético.
4) Hagios. A palavra realmente característica do NT, entretanto, é hagios.
Seu primeiro sentido é primário é o de separação em consagração e devoção ao serviço de Deus. Com isso é relacionada à ideia do que é posto de lado do mundo para Deus, deve também separar-se a si mesmo da impureza do mundo e tomar parte da pureza de Deus. Isto explica o fato porque hagios rapidamente adquiriu um significado ético. A palavra não tem sempre o mesmo sentido no Novo Testamento. a) Ela é designada para designar uma relação oficial externa, um ser posto de lado dos propósitos ordinários para o serviço de Deus, como por exemplo, quando lemos dos “santos profetas”, (Lc. 1: 70), “santos apóstolos”, (Ef. 3: 5) e “santos homens de Deus” (IIPd. 1: 21). b) Mais frequentemente, entretanto, é empregado em um sentido ético para descrever a qualidade que é necessária para estar em íntima relação com Deus e serví-lo aceitavelmente (Ef. 1: 4; 5: 27; Cl. 1: 22; IPd. 1: 5, 16). Deve ter tido em mente que em se tratando de santificação nós usamos a palavra primariamente no último sentido. Quando falamos de santidade em conexão com santificação, temos em mente tanto uma relação externa como uma qualidade subjetiva interior.
c) Os substantivos que denotam santificação e santidade.  A palavra do NT para santificação é hagiasmos. Ela ocorre dez vezes, a saber: em (Rm. 6: 19-22; ICo. 1: 30; ITs. 4: 3, 4, 7; IITs. 2: 13; ITm. 2: 15; Hb. 12: 14; IPd. 1: 2). Embora ela denote purificação ética, inclui a ideia de separação, nominalmente, “a separação do espírito de tudo que é impuro e poluído, e uma renuncia dos pecados para os quais os desejos da carne e da mente nos conduzem”. Embora hagiasmos denote a obra de santificação, há duas outras palavras que descrevem o resultado do processo, nominalmente, hagiotes e hagiosume.  A primeira é achada em (ICo. 1: 30 e Hb. 12: 10, e a última em Rm. 1: 4 e IICo. 7: 1 e Its. 3: 13). Estas passagens mostram que a qualidade de santidade ou libertação da poluição e impureza é essencial a Deus, foi exibida por Jesus Cristo, e é comunicada ao cristão.
B. A IDEIA BÍBLICA DE SANTIDADE E SANTIFICAÇÃO
1. No Antigo Testamento: Na Escritura a qualidade de santidade á aplicada em primeiro lugar a Deus, e nessa aplicação a Ele sua ideia fundamental é de inacessibilidade (ou inaproximabilidade). E essa inacessibilidade é baseada no fato de que Deus é Divino e, portanto absolutamente distinto da criatura. Santidade neste sentido não é meramente um atributo a ser coordenado com outros em Deus. Antes, é algo que é a aplicação de todas as coisas que são achadas em Deus. Ele é santo em Sua graça tanto quanto em Sua justiça, em seu amor tanto quanto na sua ira. Falando estritamente, santidade torna-se um atributo somente em sentido ético mais remoto da palavra. O sentido ético do termo desenvolve o sentido de majestade. Este desenvolvimento começa com a ideia de que um ser pecador é mais intensamente consciente da majestade de Deus que um ser sem pecado. O pecador torna-se ciente de sua impureza como contra a majestosa pureza de Deus, cf. Isaías 6.
Assim a ideia de santidade como pureza majestosa ou sublimidade é tica foi desenvolvida. Esta pureza é um princípio ativo em Deus, que deve defender a si mesmo e prover sua honra. Isto explica o fato de que a santidade é representada na Escritura também como a luz da glória divina transformando-se em fogo devorador (Is. 5: 24; 10: 17; 33: 14, 15). Diante da santidade de Deus o homem sente-se somente insignificante, mas positivamente impuro e pecador, e como tal um objeto da ira de Deus. Deus revelou Sua santidade no AT de diferentes maneiras. Ele fez em terríveis julgamentos sobre os inimigos de Israel, (Êx. 15: 11, 12). Ele também o fez em separando para Si um povo, que Ele tomou do mundo, (Êx. 19: 4-6; Ez. 20: 39-44). Tomando este povo de um mundo impuro e sem Deus. Ele protestou contra aquele mundo e seu pecado. Ele fez isso repetidamente em poupando Seu povo infiel, porque Ele não queria que o mundo sem santidade se regozijasse sobre o que poderia considerar a falência de Sua obra, (Os. 11: 9).
C. NATUREZA DA SANTIFICAÇÃO
1. É uma obra sobrenatural de Deus: Alguns têm a noção errônea de que santificação consiste meramente no alongamento da nova vida, implantada na alma pela regeneração, de um modo persuasivo pela apresentação de motivos à vontade. Mas isto não é verdade. Ela consiste fundamentalmente e primariamente em uma operação divina na alma, pela qual a santa disposição nascida na regeneração é fortalecida e seus exercícios santos são incrementados.
É essencialmente uma obra de Deus, que até onde Ele emprega meios, o homem pode, e dele se espera, cooperar, pelo uso próprio desses meios. A Escritura claramente exibe o caráter sobrenatural de santificação de diferentes maneiras. Ela a descreve como uma obra de Deus (Its. 5: 23; Hb. 13: 20, 21), como um fruto da união da vida com Cristo (Jo. 15: 4; Gl. 2: 20; 4: 19; Ef. 4: 24), como uma obra que é forjada no homem de dentro e na qual por essa mesma razão não pode ser uma obra de homem (Ef. 3: 16; Cl. 1: 11), e fala de suas manifestações nas virtudes cristãs como obra do Espírito Santo (Gl. 5: 22).
Nunca deve ser representado como um processo meramente natural do desenvolvimento espiritual do homem, nem trazido ao plano de uma mera obra humana, como é feito em grande escala na teologia liberal moderna.
2. Ela consiste de duas partes.  As duas partes da santificação são representadas nas Escrituras como:
a) A mortificação do homem velho, o corpo do pecado.  Este termo escriturístico denota o ato de Deus pelo qual a poluição e corrupção da natureza humana resultante do pecado é gradualmente removida. É constantemente representada na Bíblia como a crucificação do velho homem, e á assim relacionada com a morte de Cristo na Cruz. O velho homem é natureza humana até onde ele é controlado pelo pecado (Rm. 6: 6; Gl. 5: 24). No contexto da passagem de Gálatas, Paulo contrasta as obras da carne e as obras do Espírito Santo, e diz: “E os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências”. Isto significa que no vaso desses o Espírito Santo ganhou predominância.
b) A vivificação do novo homem, criado em Cristo Jesus para as boas obras. Enquanto a primeira parte da santificação é negativa em caráter, esta é positiva. E aquele ato de Deus pelo qual a santa disposição da alma é fortalecida, santos exercícios são aumentados, e assim um novo curso de vida é produzido e promovido. A velha estrutura do pecado é gradualmente arrancada, e uma nova estrutura de Deus é edificada em seu lugar. Estas duas partes da santificação não são sucessivas, mas contemporâneas. Graças a Deus, a construção gradual do novo edifício não precisa esperar até o que o velho seja completamente demolido. Se tivesse de esperar para isso, jamais poderia começar nesta vida. Com a dissolução gradual a do velho o novo vai aparecendo. É como a atmosfera de uma casa cheia de odores pestíforos. Conforme o ar viciado é posto para fora, o novo entra. Este lado positivo da santificação é constantemente chamado como “sendo ressuscitado junto com Cristo” (Rm. 6: 4, 5; Cl. 2: 12; 3: 1, 2). A nova vida para qual ela conduz é chamada “a vida em Deus”. (Rm. 6: 11; Gl. 2: 19).
D. O AUTOR E MEIOS DE SANTIFICAÇÃO
A santificação é uma obra do Deus trino, mas é atribuída mais particularmente ao Espírito Santo na Escritura. (Rm. 6: 11; 15: 16; IPd. 1: 2). É particularmente importante em nossos dias, com sua ênfase na necessidade de aproximar à Antropologia o estudo da Teologia e o seu chamado unilateral para servir o Reino de Deus, para enfatizar o fato de que Deus e não o homem é o autor da santificação.
1. A Palavra de Deus: Em oposição a qualquer mérito humano deve ser esclarecido que o meio principal usado pelo Espírito santo é a Palavra de Deus. A Escritura apresenta todas as condições objetivas para exercícios e atos santos. Ela ajuda a exercitar atividade espiritual induzindo e apresentando motivos, e dando direção a eles por proibições, exortações e exemplos (IPd. 1: 22; IIPd. 1: 4).
2. Direção providencial: As providências de Deus, tanto favoráveis como adversas, são constantemente poderosos meios de santificação. Em conexão com a operação do Espírito Santo através da Palavra, eles trabalham com nossa afeição e assim frequentemente aprofundam a impressão de verdade religiosa e forçam sua fixação. Deve-se ter em mente que a luz da revelação de Deus é necessária para interpretação de Sua direção providencial (Sl. 119: 71; Rm. 2: 4; Hb. 12: 10).
A santificação é usualmente um longo processo e nunca alcança perfeição nesta vida. Ao mesmo tempo pode haver casos na qual ela é completada em um tempo muito curto ou mesmo em um momento, como por exemplo, nos casos em que a regeneração e conversão são imediatamente seguidas pela morte temporal.
Portanto, a santificação pode ser definida como a graciosa e contínua operação do Espírito Santo, pela qual Ele livra o pecador justificado da poluição do pecado e renova sua natureza toda na imagem de Deus, e o prepara para realizar boas obras.


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