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terça-feira, setembro 09, 2014

A FUNDAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

Segundo as versões expostas anteriormente, cada uma com sua justificativa, todas querendo demonstrar o fato real, explicando como aconteceu a cisão. Mas isso não repercute em nada frente o fato ocorrido, e nada pode ser feito para impedir que a cisão ocorresse entre os missionários pentecostais e os irmãos da Igreja Batista.
Assim que os missionários foram expulsos da Igreja Batista, “lá fora um grupo de batistas os esperava e assim surgia a Assembleia de Deus (Missão da Fé Apostólica). Hoje duas vezes maior do que a sua correspondente nos Estados Unidos”. (CÉSAR; SHAULL, 1999, p. 21).
De acordo com Pereira (1982, p. 110, 111) “surgiu numa Igreja Batista, a Primeira Assembleia de Deus em Belém do Pará”. Cf. o que disse o Apóstolo Paulo. (IICo. 10:15-17).
Hurlbut (1993, p. 231) também confirma a história da Assembleia de Deus, e comenta sobre a função de Gunnar Vingen como ex-pastor Batista: “A maior Igreja Pentecostal de todos os tempos foi fundada a 18 de junho de 1911 na cidade brasileira de Belém, capital do Pará”. Pelos Missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren: “ex- Pastor Gunnar Vingren da Igreja Swedish Baptist Church, (Igreja Batista Sueca), de Menominee, Michigan, Estados Unidos da América”.
Alencar comenta alguns detalhes sobre a Igreja Assembleia de Deus: “Como dois suecos solitários iniciaram acidentalmente essa igreja que veio a ser a maior instituição evangélica do planeta e, apesar disto, que efeito causa na vida sociocultural deste país”? (ALENCAR, 2010, p. 21).
Outro fato a ser considerado segundo comentário de: “Eurico Bergston, finlandês, poucos meses antes de morrer (quando foi entrevistado), fez questão de dizer que o “segredo do crescimento da Assembleia de Deus no Brasil foi a firmeza da doutrina dos suecos””.  (ALENCAR, 2010, p. 99).
A Oficialização do Nome Assembleia de Deus.
Poucos brasileiros sabem ao certo a origem da nomeação da Igreja com o nome Assembleia de Deus. Segundo González, E; González, L. (2010, p. 415), desejosos de mudar o nome da Igreja, juntamente com outros obreiros, da recém-fundada Igreja, denominando-se Missão da Fé Apostólica, no ano de 1911.
Após entrarem em acordo com as Assembleias de Deus nos Estados Unidos (“fundada pelo irmão E. N. Bell”) obtiveram junto a Igreja americana o direito de nomear a Igreja brasileira com o mesmo nome. (DANTAS; SANTOS e ROCHA, 2010. p, 29).
 “Após cinco anos e sete meses da sua fundação. Compreendendo um período de 18 de junho de 1911 a 11 de janeiro de 1918”, a Igreja foi registrada e passou a se chamar juridicamente pelo nome de Assembleia de Deus. (PEPELIASCOV, 1997, p. 56).
A Resistência a Implantação de Seminários Teológicos.
Entre tantas crises ocorridas na Assembleia de Deus, uma delas tornou-se luta de resistência pela liderança quanto à implantação de Seminários Teológicos. Após 12 anos da sua fundação começou a luta pela implantação dos Seminários, mas isso só veio acontecer muitos anos depois.
O pastor Gunnar Vingren silenciou-se, e o pastor Paulo Leivas Macalão se opôs contrário à implantação dos mesmos. “O missionário Lawrence Olson propôs a abertura de institutos bíblicos e, escolas teológicas e seminários pelo país”. O projeto de Olson foi contestado pelo pastor Paulo Leivas Macalão da Assembleia de Deus em Madureira, Macalão afirmava que seria “perigoso investir na educação teológica do obreiro”. “Segundo ele, a muita sabedoria, o muito estudo e o intelectualismo poderiam esfriar espiritualmente a alma”. (CÉSAR, 2011, p. 25). Esse pensamento ainda existe entre a maioria dos pentecostais.
A honra da fundação do primeiro Seminário foi concretizada por um pastor que chegara dos EUA. O nome desse seminário teológico era o “IBAD – Instituto Bíblico das Assembleias de Deus, fundado em 1958 pelo pastor João Kolenda Lemos, brasileiro, descendente de alemães. Sua esposa, Ruth Doris Lemos, pastora assembleiana, é norte-americana”. Na época da fundação do Instituto “foram tratados como “desviados, rebeldes” e não foram excluídos da Assembleia de Deus porque, embora no Brasil, permaneceram filiados à Assembleia de Deus nos EUA”. (ALENCAR, 2010, p. 92).
Curso Teológico para Aspirantes ao Ofício de Obreiro.
Quanto a Igreja recomendar que os aspirantes ao ofício de Obreiro tivessem formação teológica. César (2011, p. 26) comenta que: “a partir de 1983, recomendava-se oficialmente que os candidatos ao “santo ministério, que fossem qualificados teologicamente para o manejo da Palavra”. O pastor Walter Brunelli, já havia advertido à Convenção de 1981” sobre a falta de conhecimentos teológicos dos membros assembleianos ao dizer que:
Sofremos hoje problemas de infraestrutura, por não ter havido no passado uma preocupação com a educação teológica. A ênfase demasiada na obra do Espírito Santo talvez tenha originado o conceito de que era desnecessária qualquer preocupação nesse sentido. Creio que caímos num tipo de pietismo que levou as pessoas a dizerem coisas exageradas e a quererem que o Espírito Santo as endossassem. Deveria haver equilíbrio, e com um conhecimento mais apropriado da Palavra de Deus poderia levar os obreiros a esse estado de equilíbrio. (CÉSAR, 2011, p. 26). (Grifo meu). Esse desequilíbrio ainda continua nos dias de hoje.
A Fragmentação das Igrejas Pentecostais Brasileiras.
Conforme Mariano (2005, p. 23) ficou demonstrado em suas pesquisas à falta de homogeneidade no pentecostalismo brasileiro, segue-se assim, a sua explicação:
O pentecostalismo brasileiro nunca foi homogêneo. Desde o início, conteve diferenças internas. Congregação Cristã e Assembleia de Deus, as duas primeiras igrejas pentecostais fundadas no Brasil, a primeira em 1910, a segunda em 1911, sempre apresentaram claras distinções eclesiásticas e doutrinárias que, com o passar do tempo, geraram formas e estratégias evangelísticas e de inserção sociais bem distintas. Na década de 1950, com a chegada dos missionários da Cruzada Nacional de Evangelização, vinculados à Igreja do Evangelho Quadrangular, teve início a fragmentação denominacional do pentecostalismo. (MARIANO, 2005, p. 23, 25).
No mundo competitivo na questão pentecostal, devem-se levar em conta outros fatores nessa fragmentação do pentecostalismo das Assembleias de Deus com o surgimento também dos movimentos, com poucas ou nenhumas estruturas teológicas como: “gospel, ou neo-pentecostalismo, pós-pentecostalismo, pós-denominacionalismo, quando o “mercado religioso” está cada vez mais competitivo”. (ALENCAR, 2010, p. 52).
Droogeres comenta sobre o universo pentecostal inverso, visto sob a ótica pentecostal globalizada, ele torna-se um indivíduo singular, no meio de uma comunidade cristã, há quem diga que os pentecostais não vivem em comunidade, as disputas tornaram suas mensagens individuais, mesmo sendo compartilhada em um mundo competitivo pelo espaço eclesiástico.
“A mensagem pentecostal tornou-se concorrente forte, devido ao que se oferecem as pessoas em crise pelo sistema em que vivem podendo “recuperar o seu sentido de autoestima””. Sua mensagem tem como objetivo procurar soluções na busca individual oferecendo “orientação confiável e convincente na vida e, além disso, oferece uma fórmula que corresponde à escala do mundo globalizado, ou seja, interatividade pessoal em um mundo global”. (DROOGERES, 2010, p. 24).


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