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quinta-feira, maio 29, 2014

HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ

Esse assunto é apenas uma síntese da história da Igreja Cristã devido ao tamanho do assunto, mas esse resumo pode acrescentar ao seu conhecimento algo de bom. Se você desejar ele completo, (se bem que não esgota o assunto) me envia seu E- mail e terei imenso prazer em enviá-lo. E-mail: prof.mestreexpedito@gmail.com
A Influência das Diversas Culturas.
A História da Igreja de Cristo tornou-se real pelo fato de que Deus está realmente salvando seu povo, para fazer parte do maior investimento que há no mundo o resgate de homens perdidos nas trevas do terrível pecado.
Deus trabalhou de forma extraordinária e maravilhosamente no Mundo Antigo e preparou para que Cristo viesse na plenitude dos tempos. Quando tudo já estava preparado pelas mãos de Deus, Cristo veio com êxito concretizando o intento salvífico do Pai.
Não podemos entrar direto na História da Igreja, sem primeiro considerarmos as grandes contribuições de três grandes povos.
Cada há seu tempo sem se dar conta, estava trabalhando de acordo com a direção divina, criando meios na sociedade aonde o Cristianismo viria fincar suas estacas conquistando povos de todo mundo para o Reino glorioso de Cristo.
A GRANDE CONTRIBUIÇÃO DOS TRÊS POVOS.
ROMANOS
Domínio Mundial de Roma.
Nos primeiros séculos do Cristianismo, os romanos eram considerados os donos do mundo, eles ignoravam as outras terras distantes de si. O mundo romano incluía todas as principais terras alcançadas pelo cristianismo nos três primeiros séculos.
Roma não dominava os povos somente pela força, mas usavam de inteligência colocando outros povos superiores para governar sobre os seus povos conquistados. O poder mais atuante foi nas regiões adjacentes ao Mediterrâneo, exatamente onde o cristianismo foi implantado desde o seu início.
Povos Unificados
Os povos conquistados sentiam-se isolados, os romanos deram grande contribuição para o advento do Cristianismo, o Império unificou os povos, sob o poder político de Roma, derrubando todos os governadores e um poder único dominava isto foi uma grande contribuição, pois o Cristianismo não era uma religião exclusivista, este procedimento amigável, favoreceu a sua expansão por todo o Império.
Paz Universal, Pax Romana.
A influência do Império Romano tornou quase impossível as guerras entre as nações, esse poder de conter as guerras, trouxe uma paz universal, conhecida por Pax Romana. Esta situação de paz favoreceu extraordinariamente a difusão do Cristianismo entre as nações, que tinha a pretensão de ser a religião universal.
O Intercâmbio Entre Vários Povos
A inteligente administração romana, sábia forte e vigilante trouxe segurança para as viagens por todas as partes do mundo. Na navegação os piratas foram expulsos dos mares. As extraordinárias estradas de rodagens que davam acesso a todas as partes do Império e de tão policiadas que eram fizeram com que os ladrões se retirassem delas. Se não fossem estas estradas, dificilmente o Apóstolo Paulo teriam realizado as suas viagens por terras tão distantes. O excelente sistema viário de Roma veio contribuir consideravelmente para o progresso do Cristianismo entre as nações.
GREGOS
A Grande Influência dos Gregos
Com o surgimento do Cristianismo, os povos que habitavam as regiões do Mediterrâneo estavam profundamente influenciados pelo espírito grego. Muitas colônias gregas fixaram moradas ao longo das costas do Mediterrâneo, eles desenvolveram seu comércio por todas as partes e a sua influência se espalhou por cidades e países que eram consideradas como os mais importantes centros do mundo de então. Os gregos influenciaram de tal forma o povo romano que foi denominado de greco-romano, Roma governava politicamente, mas a mentalidade do seu povo tinha sido moldada pelos gregos, uma das grandes sabedorias da sua época.
A Influência dos Filósofos nas Atividades Intelectuais.
Por muitos séculos antes de Cristo os gregos detinham com exclusividades a vida intelectual mais vigorosa e avançada do mundo.
Sobre as grandes indagações do homem: Origem e significado do mundo, existência de Deus e do homem, o bem e o mal, em fim tudo que era motivo de indagação, a partir da meditação os filósofos se colocavam como nenhum outro povo em busca destas respostas.
Para os judeus, Deus lhes dava as revelações, mas eles não tinham afinidades com as pesquisas, às indagações, nem se interessavam pelas questões discutidas pelos gregos. Foi justamente entre os séculos sexto ao terceiro antes de Cristo, houve um grande movimento intelectual sobre assuntos filosóficos e teológicos entre os gregos, como resultados desse movimento surgiram os grandes pensadores do mundo, que ensinaram coisas que perdura até os dias de hoje.
Portanto foram os gregos que despertaram as pesquisas em relação às questões diversas até mesmo do sobrenatural: indagando, perguntando, inquirindo e disputando até mesmo em praças populares sobre diversos assuntos, muitos deles relacionados com o Céu e a Terra.
Os Gregos Espalharam uma Língua Universal.
Uma das grandes contribuições dos gregos para a preparação do mundo para o advento do Cristianismo foi ao idioma que este seria pregado ao povo pela primeira vez.
 A grande influência do grego podia ser notada pelo fato de ser a língua mais falada nos países ao longo das margens do Mediterrâneo o dialeto grego era conhecido pelo nome Koine’ ou dialeto comum.
Essa era a língua universal do mundo greco-romano, usada por todos os fins como intercâmbio popular. Os grandes centros onde o Cristianismo fora implantado era facilmente compreendido devido à língua popular grega falado em todos os lugares.
Paulo e os outros missionários fizeram os seus trabalhos missionários baseados neste idioma, a partir desse idioma foi possível escrever vários livros dos quais vieram compor o nosso Novo Testamento. Este grande investimento foi providenciado por Deus por intermédio do povo grego, uma das maiores culturas de todos os tempos.

JUDEUS
A Escolha de Deus
Deus por sua vontade escolheu o povo hebreu ou judeu para ser o mordomo da verdadeira religião Cristã. Poderia ser outro povo qualquer, mas Deus resolveu escolher o povo judeu para que dele viesse o Messias.
A missão do povo judeu foi receber a revelação especial sobre o próprio Salvador, a partir dessa revelação eles iam recebendo numa revelação progressiva os ensinos na sua pureza e integridade, de modo que na plenitude dos tempos, os judeus se constituiriam uma bênção para todos os povos.
A grandeza desse povo só é possível conhecer se primeiro estudar a sua história de lutas, algumas derrotas, mas também eles conseguiram grandes conquistas e muitas vitórias; o intuito de Deus com esse povo era trabalhar entre eles para salvar o gênero humano. Esse assunto não se esgota aqui...



quinta-feira, maio 22, 2014

AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL

Tem postagem nova. https://sites.google.com/site/lerparasabermaisprofexpedito

Estudo Escatológico. Texto Bíblico (Daniel 9: 20:27).

20 Estando eu ainda falando, e orando, e confessando o meu pecado e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, 21 estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde. 22 E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido. 23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra e entende a visão. 24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos. 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. 27 E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
INTRODUÇÃO: Vamos Estudar as SETENTA SEMANAS em três tópicos. No primeiro veremos que as SETENTA SEMANAS não são semanas de DIAS, mas semanas de ANOS. Em segundo lugar podemos ver os comprimentos desta profecia, na HISTÓRIA e no FUTURO. Em terceiro e último lugar vamos estudar um parêntese entre as duas últimas semanas.

AS SETENTA SEMANAS SÃO SEMANAS DE ANOS E NÃO DE DIAS

PRIMEIRO ARGUMENTO: - UMA SEMANA DE ANOS ALÉM DA SEMANA DE DIAS ENTRE OS JUDEUS. Em nosso país e em todos os países do mundo, existe apenas uma SEMANA DE DIAS. Por isso quando alguém lê esta profecia, o pensamento que imediatamente vem à mente está ligado com DIAS de 24 horas. A profecia foi escrita para os judeus, e para eles havia três tipos de semanas. Havia UMA SEMANA de DIAS de 24 horas, com o último dia chamado SÁBADO. Havia outra SEMANA de ANOS, com o último ano chamado ANO – SABÁTICO. Havia ainda uma SEMANA DE SETE ANOS, somando 49 anos, sendo que quinquagésimo ano é chamado ANO DO JUBILEU. Os judeus estavam tão familiarizados com a SEMANA DE DIAS como com a SEMANA DE ANOS.
SEGUNDO ARGUMENTO: - O MOTIVO DOS SETENTA ANOS DE CATIVEIRO.
O motivo do cativeiro de Judá na Babilônia foi a IDOLATRIA, mas o número de anos não cativeiro estava ligado com a quebra do ANO – SABÁTICO. Conforme a profecia de Jeremias, Judá ficaria no cativeiro SETENTA ANOS (Jr. 25: 11, 12; 29: 10). II Cron. 36: 20,21; diz que o cativeiro duraria ATÉ QUE A TERRA SE AGRADASSE DOS SEUS SÁBADOS.
TERCEIRO ARGUMENTO: - OS FATOS DO PERÍODO – Durante o período das setenta semanas, uma série enorme de fatos aconteceriam. Seria totalmente impossível que eles acontecessem no espaço de 490 DIAS de 24 horas.
Primeiro fato - A cidade de Jerusalém seria reconstruída e edificada.
Segundo fato - O messias, o Príncipe, nasceria.
Terceiro fato - O v.26 fala da destruição da cidade e do Santuário pelo POVO do príncipe que há de vir. (Anticristo).
Quarto fato - O Messias morreria. Isto aconteceu no ano 29 d.C.
Quinto fato - A cidade de Jerusalém e o Santuário seriam destruídos. Este fato aconteceu no ano 70 a.D.
Sexto fato: Haveria uma ALIANÇA. Ainda é futura.
Sétimo fato: Haveria um templo construído e os sacrifícios da lei estariam em prática.
NOTA IMPORTANTE: Cabe aqui uma ressalva muito relevante. O fato de a profecia das setenta semanas ser semanas de anos e não de dias, tem alguns estudantes da Bíblia a interpretar algumas outras profecias que tratam de TEMPO, como se fossem sempre e todos em ANOS.
Temos dois exemplos disso.
Primeiro - Dn 8: 14 - diz que o santuário ficaria fechado durante DUAS MIL E TREZENTAS TARDES E MANHAS, e que depois disso seria purificado.
Guilherme Muller, fundador do sabatismo, interpretou esta passagem como 2.300 anos, e ligou-a com a segunda vinda de Cristo. Começando a contar a partir de 456 antes de Cristo e vindo para nossa época, o fim dos 2.300 anos em 1.844. Daí, alguns anos antes de 1.844, Miller começou a pregar que Cristo voltaria à terra para purificar o santuário.
Acontece que Cristo não veio e nem havia santuário para ser purificado. Alguns anos mais tarde, Ellen G White, a famosa papisa sabatista, querendo remendar o erro de Miller, complicou mais ainda. Ficou pior a emenda, do que o soneto. Ela disse que Miller estava certo quanto ao TEMPO, mas errou quanto ao LOCAL. Ela disse que Cristo entraria no santuário no céu, para purificá-lo. Ela cometeu dois grandes erros de interpretação que tornam nulo tudo que ela disse. O primeiro erro está ligado com o fato de que no céu não tem santuário algum para ser purificado, visto que lá não há pecado. O segundo erro tem a ver com o tempo do verbo usado em Hb. 9, quando fala de Cristo entrou no Santo dos Santos. Hb. 9 não diz que Cristo entrou lá para purificar. O tempo do verbo está no PASSADO, indicando que entrou no Santo dos Santos no passado por volta do ano 30, não em 1.844.
A PROFECIA TEM TRÊS DIVISÕES. A primeira divisão tem SETE SEMANAS, que são 49 anos – v. 25. A segunda divisão tem SESSENTA E DUAS SEMANAS, que são 434 anos – v.25. A terceira divisão tem UMA SEMANA, que são 7 anos – v. 27.
A palavra DESDE, no v.25, marca o começo, e a palavra ATÉ, marca o fim.
Qual foi a data do começo do comprimento das setenta semanas? Vamos ao livro de Neemias. Neemias era copeiro do rei Artaxerxes na cidade de Susã (Ne 1 :1;  2:1). Nesse dia começou o cumprimento da profecia das setenta semanas de Daniel 6:15.               
Dn. 9: 25 diz que desde o dia em que saiu a ordem para reconstruir Jerusalém, até ao UNGIDO ao PRÍNCIPE, seriam cumpridas sessenta e nove semanas. Quando aconteceu isso? Zac. 9: 9, diz que o REI de Israel entraria em Jerusalém montado num jumentinho. Dn. 9: 25; fala do PRINCIPE. Zc. 9:9 fala do REI. Ambos os textos falam da mesma pessoa. Lc. 19: 28-44, narra o cumprimento das duas profecias. Este texto fala que Jesus entrou em Jerusalém montado num jumentinho e foi aclamado como REI. Foi a única vez na vida terrana de Jesus que Ele foi reconhecido como Rei pela nação. Isto ocorreu em 32 a.D.
O período de 483 anos terminou com a morte de Cristo. O v. 25 diz: “… até ao Ungido…”. O v. 26 diz que após as 62 semanas (mais as sete primeiras) o Ungido seria morto. Isto quer dizer que o fato que marca o fim do período, dos 483 anos, é a morte de Cristo. Um fato marcou o INICIO do cumprimento das setenta semanas. Foi a SAIDA DA ORDEM para que Jerusalém fosse reconstruída.  Outro fato marcou o fim do cumprimento das primeiras 69 semanas. Foi a morte do Ungido, não é exatamente, é claro. Como já vimos, as primeiras 69 semanas tiveram o seu fim com a entrada em Jerusalém, no dia 6 de abril 32 A.D. logo em seguida, uma semana depois, Cristo morreu.
A QUESTÃO DUAS FASES NA PROFECIA. A profecia das setenta semanas terá duas fases distintas no seu cumprimento. Isto não é de estranhar, pois isso é comum na profecia bíblica. Vejamos alguns exemplos. PRIMEIRO o Antigo Testamento fala da vinda do Messias como GLORIOSO. Às vezes na mesma profecia, fala das duas fases. Um deles é Is. 61. Em Lc. 4:16-21 Jesus não leu esta profecia. Leu até ao ponto que falava da primeira fase, Isto é, da primeira vinda do Messias. A parte seguinte, que Jesus não leu, fala da segunda fase – da segunda vinda. Isto prova e mostra que a segunda vinda do Messias terá duas fases.
As setenta semanas também terão duas fases. A primeira fase já se cumpriu, como já vimos desde 454 a.C até a.D. 29 a.D., compreendendo as 69 semanas primeiras. Falta a última semana. Entre as duas últimas há um INTERVALO DE TEMPO. Este intervalo começou em 29 a.D. e irá até ao arrebatamento. Quando ocorrer o arrebatamento, começará, então, o cumprimento da segunda fase das setenta semanas.
Paulo fala da igreja como um MISTÉRIO? (Ef. 3: 1-13; Cl. 1: 24-29). O que é mistério? É aquilo que não estava REVELADO até o momento do fim.
O Velho Testamento não fala da igreja. Só se vê igreja no Antigo Testamento quando se usa o MÉTODO ALEGÓRICOS DE INTERPRETAÇÃO, que não é o método correto para se interpretar a Bíblia e muito pior para se interpretar a profecia. Sem o INTERVALO não podemos explicar a existência atual da igreja, a não ser que se torçam as Escrituras, como fazem alguns intérpretes. O que dizem? Dizem que Deus rejeitou definitiva e eternamente a Israel que era a igreja do Antigo Testamento, e que a igreja é o Israel do Novo Testamento. A Bíblia apresenta uma distinção clara entre ISRAEL e IGREJA.

A profecia das setenta semanas é EXCLUSIVA de Israel. A igreja não pode estar dentro delas. O intervalo serviu para revelar o mistério da igreja. A igreja está no intervalo. É por isso que ela existe.

sexta-feira, maio 16, 2014

CONCEITUAÇÃO DE SECULARIZAÇÃO.

Tem uma nova postagem: Sobreviventes - https://sites.google.com/site/lerparasabermaisprofexpedito
 Estudo sobre Filosofia
O termo secularização é de significado elástico e abrangente e, de acordo com as circunstâncias, pode ser aplicado em diversos contextos da nossa sociedade. 
O secularismo, como afirma o dicionário Houaiss, é o “regime laico, secular; exclusão, rejeição ou indiferença à religião e a ponderações teológicas”.
De acordo com Champlim, G.H. Holyoake (1818-1906),  foi o primeiro a usar o termo “secularização” como referência a toda atitude anti-religiosa.
Fenômeno da Secularização
É possível falar de secularização como um fenômeno da modernização, em que o antigo – antiquado –, é substituído pelo novo – modernidade. Secularização, portanto, é um movimento de atualização ou de contextualização com uma época. Neste sentido, o  “velho” é atualizado, ou substituído pelo novo. Há uma mudança de direção, ou ruptura com o antigo rumo.
Fenômeno Histórico
Secularização também pode representar o fenômeno histórico dos últimos séculos, pelo qual as crenças e instituições religiosas se converteram em doutrinas filosóficas e instituições laicas. Isto significa uma profunda mudança nos objetivos e projetos das instituições religiosas em que esta se torna uma instituição laica e os oficiais religiosos em autoridade laica. 
Processo Histórico
Podemos entender a secularização, como o processo histórico pelo qual os bens eclesiásticos e as atribuições políticas do clero são transferidos para as autoridades laicas. Esse processo ocorreu principalmente nas monarquias absolutistas após a Reforma Protestante na Alemanha, Inglaterra e Escandinávia. Nestes locais, muitas propriedades eclesiásticas foram confiscadas – mosteiros se transformaram em colégios e Igrejas em principados laicos. A Igreja, portanto, passa a ser uma instituição subordinada ao Estado. O decreto imperial na Alemanha, por exemplo, em 1803 confiscou cerca de 22 bispados, 80 abadias e 200 mosteiros. Um aspecto emblemático, que muito ilustra esse processo de secularização histórica, pode ser observado na transferência do registro civil e dos cemitérios de posse da Igreja para o poder público.
Guerra dos Trinta Anos
Uma das negociações mais singulares desse processo histórico ocorreu entre os dias de 15 de maio a 24 de outubro de 1648. Neste período, nas cidades alemãs de Münster e Osnabrück, foi assinado um grande tratado de paz (a Paz de Westfália) que pôs fim a desastrosa Guerra dos Trinta Anos – guerra sanguinária entre católicos e protestantes (luteranos e calvinistas). Esse tratado, entre muitas leis, assinalou que um reino tem interesses que o colocam acima das motivações religiosas e a autoridade do papado para intervir nos assuntos internos dos reinos, foi substituída pela soberania de estado.
Conceito Religioso
A secularização, entendida como teoria humanista pós-moderna (secularismo), é muito mais do que um comportamento é o pensamento do mundo de nosso cotidiano secular.
Trata-se do modo de viver deste mundo segundo o curso dos seus corações, que além de não comungar com os interesses espirituais do Reino de Deus e do Seu governo absoluto, opõe-se radicalmente a Ele. Cabe aqui afirmar, que não se trata apenas de “indiferença à religião e a ponderações teológicas”, mas em completa ruptura e oposição a estes.
Como indiferença, o secularismo classifica a religião e seus dogmas como temas idiossincráticos ou particulares, sem interesses reais de utilidade pública para toda sociedade ou para o bem do Estado. A crença é assunto pessoal de cada um, portanto, o Estado não interfere na crença do indivíduo, mas na sua forma de doutrina religiosa esse indivíduo, não deve interferir nos assuntos do Estado.
A secularização é um fenômeno grave do próprio contexto também da pós- modernidade

 A INTEGRIDADE NO MUNDO RELATIVISTA.  
 Conceituação de Relativismo.
Essa palavra portuguesa vem do latim, “relatus”, “relativo”, “cognato”, de alguma coisa. Doutrina ou tendência segundo a qual o significado ou valor de algo varia conforme a situação ou às relações com outros elementos e valores. (Relativista).
Na filosofia, esse vocábulo indica que alguma coisa subsiste isolada, não podendo ser considerada um absoluto por si mesma. Antes, todas as coisas seriam interdependentes, modificando-se umas às outras. O Senhor Jesus disse: Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque em mim nada podeis fazer. (João. 15:5).
Relativismo Cultural.
Não há padrões universais que possam governar qualquer sociedade e muito menos todas as sociedades, através das mesmas regras. Está escrito: Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. (João. 5:39). De fato, os costumes sociais são produtos da experimentação, com tentativas e erros, em face que jamais serão atingidos o bem absoluto e a certeza. Jesus é a nossa certeza e bem absoluto, caminho e vida eterna. (João. 16:4)
O homem existe num universo simbólico, que ele mesmo construiu, e, se ele continuar a edificar, seus poderes automaticamente irá se modificando.
Conceito Espiritual.
O relativismo ignora as experiências espirituais, o relativismo manipulado pelos estudiosos liberais deixa-se atrair pela ética relativista, visto que eles não dependem da moral. Quanto a isto não podemos abrir mão, porque nos foi dado por revelação nas Sagradas Escrituras. O objetivo destes eruditos liberais relativistas tem um interesse diabólico de querer praticamente anular o caráter sem par o poder do cristianismo, fazendo o Senhor Jesus, ser apenas um de nossos mestres, e não necessariamente, o nosso grande Mestre, o manancial de todo o conhecimento e sabedoria. “(...) enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus - Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” (Cl. 2b,3).
Conceito de Pragmatismo.
Um dos seus idealizadores C.S. Peirce, 1878.
O termo pragmatismo vem do grego pragma, coisa, fato, matéria.
Sua forma verbal é realizar. O pragmatismo ensina que: pensamentos, idéias, ações só têm valor em termos de conseqüências práticas. Não existe nenhum conjunto fixo teórico de valores. As Tábuas da Lei, Dez Mandamentos, entre tantos escritos é um exemplo claro e prático. (Êxodo 20: 1-17).
Todos os valores são testados quanto às suas conseqüências práticas. A verdade não é fixa e nem imutável. Deus é verdadeiro e imutável. Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós ó filhos de Jacó, não sois consumidos. (Malaquias. 3:6).
A verdade é determinada por aquilo que é prático e funcional. O pragmatismo é relativista. A minha verdade não é necessariamente, a verdade de outrem; o que funciona no meu caso, não é o que funciona, necessariamente no caso de outrem. O Apóstolo João escreveu: Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da tua verdade, e como tu andas na verdade. Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade. (III João. 3,4).
 A Influência do Pragmatismo
Influenciou muito o pensamento Teológico protestante. Foi profundamente sentido entre os círculos liberais. Exerceu grande influência no ensino Norte – Americano. E por muito tempo influenciou indiretamente as escolas evangélicas. O grande lema era “experimentação”; e em seguida instrumentalismo. Para os pragmatistas não há conseqüências fixas ou finais. E odiados de todos sereis por causa do meu nome: mas aquele que perseverar até o fim será salvo. (Mateus. 10: 22).
Para o pragmatismo, o próprio ato de pensar é um modo de realizar, pensar bem é realizar bem.
Isso é pensamento positivista. A Bíblia diz: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. (Isaías. 55:8).

                                                                      

quarta-feira, maio 07, 2014

PRECONCEITO ONTEM. E HOJE?

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O Preconceito contra as Mulheres na Igreja Assembleia de Deus.
O sexismo (Atitude discriminatória em relação ao sexo oposto), não é simplesmente um ato isolado em diversas áreas da sociedade, tanto civil como eclesiástica. Nas igrejas pentecostais, principalmente nas Assembleias de Deus esse problema também existe. O pastor Menezes diz que, “presentemente, existe um costume desprezível e antibíblico, o qual, até mesmo, em nosso meio assembleiano, já se tornou corriqueiro”. O pastor Menezes está falando, quanto à apresentação das esposas dos pastores se diz: “o pastor fulano está acompanhado de sua esposa, nem ao menos citam o prenome da irmã”. (MENEZES, 2007, p. 100).
Segundo comentário do Dr. Yamabuchi, no cristianismo primitivo o poder prevalecia no mundo masculino, consequentemente era limitado às mulheres acesso ao espaço sagrado:
Na religião, o exercício do poder está assegurado a quem detém os meios simbólicos para produzir o saber institucionalizado. No cristianismo, historicamente, a constituição do saber, o privilégio de pronunciar o discurso oficial da instituição e o ministério da mediação entre o profano e o sagrado eram prerrogativas dos homens.  Essa dominação masculina estabelecia a separação das mulheres do espaço sagrado ao conferir a elas “um coeficiente simbólico negativo”, tal qual um estigma, um “sinal de pertencer a um grupo social estigmatizado”. (YAMABUCHI, 2009, p. 275).
 Ruether (1993, p. 24) fala sobre a questão do sexismo e a culpa imposta sobre a mulher devida à condição de o pecado ter se iniciado no Éden com Eva. Quanto ao fato de os homens terem sido nomeados como normas da humanidade autêntica fez com que as mulheres servissem como “bode expiatório para o pecado”, as mulheres passaram a ser marginalizadas, tanto na questão “original quanto na redimida”. “Isto distorce e contradiz o paradigma teológico da imago dei/Cristo”.
A Convenção de 1930 e a Exclusão das Mulheres como Pastoras na Igreja.
Segundo pastor Gunnar Vingren (1982, p. 168), foi tratado entre os pastores e missionários, das Assembleias de Deus, sobre a questão de a mulher ser ou exercer a função semelhante à pastora. Muitos pastores estavam insatisfeitos com a forte atuação de Frida Maria Strandeberg Vingren ao lado do pastor Gunnar Vingren, que na sua ausência assumia totalmente a função do marido, como se fosse uma pastora auxiliar. Porém, nessa Convenção de 1930 entre os assuntos a ser tratado, um deles foi sobre a atuação de Maria Strandeberg Vingren na Igreja, ou seja, precisava ser feito algo com muita urgência para imobilizá-la.
Fizeram uma declaração sobre a atuação da mulher na Igreja e a citação bíblica usada como referência: “Mas não se considera justo que uma irmã tenha a função de pastor de uma igreja ou de ensinadora, salvo em casos excepcionais mencionados em”. (Mt. 12: 3-8). “Assim deve ser somente quando não existam na igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar”. (VINGREN, 1982, p. 168). Se a Frida estivesse aqui à resistência seria ainda maior.
Esse assunto repercutiu muito sobre o poder masculino na Igreja Assembleia de Deus no Brasil. Alencar (2010, p. 124) sobre essa questão, diz: “em segundo lugar, nesta convenção foi discutida a posição da mulher no ministério em razão de haver diferentes opiniões sobre o trabalho da mulher na igreja”. Os obstáculos que a princípio não foram declarados, agora não tem como passar despercebidos. Além dos dois missionários, Frida também era um obstáculo.
 A Convenção publicou a seguinte declaração sobre a atuação das mulheres com funções semelhantes à de pastor da igreja:
As irmãs têm todo direito de participar na obra evangélica, testificando de Jesus e a sua salvação, e também apresentando instrução se assim for necessário. Mas não se considera justo que uma irmã tenha a função de pastor de uma igreja ou de ensinadora da mesma, salvo em casos de exceção mencionados em Mateus 12. 3-8. Assim deve ser, especialmente quando não existem na igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar.  (ALENCAR, 2010, p. 124).
Frida Maria S. Vingren devido sua inteligência, e a sua forte ação nos trabalhos da Igreja, Frida acabou se tornando sério problema, sua capacidade excedia a de muitos líderes da Igreja, isso trouxe entre os obreiros suecos e os nacionais, certa posição a respeito de Frida, e a influência excelente que ela exercia sobre a igreja.
Influência de Frida M. S. Vingren? Com certeza. Ela prega, canta, toca, escreve poemas, textos escatológicos, visita hospitais, presídios, realiza cultos e – nada comum – dirige a igreja na ausência do marido (e, segundo algumas insinuações, na presença também). Numa entrevista com um pastor de mais de oitenta anos, perguntei-lhe por que na foto dos missionários participantes da Convenção de Natal (jornal Mensageiro da Paz, nº 3, março de 1931) ela é a única mulher que aparece? Onde estão às esposas dos outros? Ele respondeu ríspido: Mas a Convenção de 1930 aconteceu por causa dela! Frida chega a escrever um texto no Mensageiro da Paz (nº 5, maio, 1930) disciplinando a conduta dos obreiros. (ALENCAR, 2010, p. 124).
A Igreja Assembleia de Deus impôs seu próprio estilo de liderança. “A Assembleia de Deus apenas seguiu o modelo de liderança masculina. E nisto, mais uma vez, o assembleianismo brasileiro se distanciou do pentecostalismo norte-americano. Lá, desde o início, as mulheres exerceram liderança”. (ALENCAR, 2010, p.109). Não estamos fazendo apologia ao pastorado feminino, se bem que Frida excedia em tudo muitos obreiros nacionais e também suecos. Se fosse hoje muitos obreiros pentecostais passariam por sérios apertos. Basta conhecer a história de Frida Maria S. Vingren e tirar todas as conclusões possíveis.
Dissertação de Mestrado. Mestre Expedito Darcy da Silva. p. 43,44.


quinta-feira, maio 01, 2014

HISTÓRIA DA LITURGIA DA PALAVRA DE DEUS

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              Estudo Teológico  
          A liturgia da Palavra nos remete ao Antigo Testamento e adentrando ao Novo Testamento em relação às celebrações dos cultos na Sinagoga judaica. De certa forma a Igreja adotou boa parte deste sistema de culto e da sua mentalidade, fazendo desse modo uma forma de rememoração. Segundo White é possível observarmos que as estruturas judaicas do culto na sinagoga bem como seus ideais subjetivos foram uma das formas de tornar possível o culto cristão.
O oficio sinagogal judaico e sua mentalidade está subjacente à liturgia cristã da palavra. Portanto, precisamos perguntar quais as funções preenchidas pelo ofício sinagogal. Por estranho que pareça, ele parece ter surgido para preencher uma função nacionalista, a sobrevivência de Israel durante o exílio na Babilônia. Embora nos faltem informações claras sobre as origens do ofício sinagogal, ele parece ter-se originado em algum momento no séc. 6 a.C., quando os judeus se encontravam cativos na Babilônia. O templo de Jerusalém estava em ruínas e o culto nacionalizado, cujo centro lá se encontrava, fora interrompido abruptamente. Não havia maneira de retomar em outro lugar o culto sacrifical do templo, que naquela época se identificava exclusivamente com Jerusalém. Um novo início precisava ser encetado para que Israel pudesse sobreviver. (WHITE 1997, p. 112).
“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino,...” (Mateus 4: 23).
Israel ao longo do tempo conseguiu sobreviver aos ataques inimigos, mas persistiu com seu culto sinagogal, enquanto diversos reinos foram dissipados pela espada. Graças ao poder de recordação, reforçado pelo seu modo de cultuar a Deus de geração após geração, foi formidável para si e para a tirania babilônica. Os israelitas cedo acharam por bem registrar escrevendo suas memórias relatando as ações de Deus que era muito útil para que fossem lembrados os grandes feitos de Deus, tornando desse modo os judeus um povo singular. A sinagoga era um lugar propício para que esses escritos fossem ensinados. Essa memória era motivo de regozijo, pois elas tomavam vida quando eram lidas oralmente num tom alto, também quando ela era tida como objeto de reflexão e de regozijo na comunidade reunida para tal propósito. (WHITE, 1997, p. 112).
Segundo White (1997, p. 112) “Judeus exilados e saudosos de sua terra natal se reuniam para ler, refletir e regozijar-se no que Deus fizera para seu povo. E a cada vez que faziam essas coisas, sua identidade era renovada”.
As condições para ser realizado esse tipo de culto ou instrução, não havia necessidade de templo ou mesmo de sacerdotes. Essas reuniões eram realizadas por pessoas leigas; para isso era necessário que houvesse dez homens judeus, para que fosse considerada como uma sinagoga. Para que fossem realizadas essas reuniões, era necessário um livro e as pessoas. Não há como exagerar o sistema leigo de semelhante culto. “O cerne do culto sinagogal é a identificação com as memórias coletivas da comunidade e a respeito daquilo que Deus fez pelo seu povo. E a palavra falada é o meio pelo qual isso ocorre”. (WHITE, 1997, p. 113).
Assim era o culto com que estavam familiarizados os primeiros cristãos, a maioria dos quais eram judeus. Percebemos fragmentos desse culto na sinagoga de Nazaré em Lc. 4. 16-28. Jesus fez a leitura do profeta Isaías e sentou-se para pregar. Na sinagoga de Antioquia da Pisídia, “depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga” convidaram Paulo e seus companheiros a falar (At. 13: 15). Tratava-se de um estilo de culto profundamente familiar aos primeiros cristãos; seu Senhor o havia sancionado ao frequentá-lo com regularidade (Lc. 4: 16), e os apóstolos o tinham utilizado plenamente. (WHITE, 1997, P. 113).
Os cristãos convertidos do judaísmo ao cristianismo continuaram com o padrão de culto público nas sinagogas, é bem provável que eles celebravam seus cultos nas sinagogas também. Somente a Ceia do Senhor era celebrada “em casas particulares”. (At. 2: 46). (WHITE, 1997, p. 114).
Mas não tardou para que os cristãos fossem expulsos da sinagoga, e em meados do séc. II constatamos que ocorrera uma fusão desses dois tipos de culto, em caráter experimental inicialmente, mas que logo se tornou permanente. O padrão sinagogal foi enxertado no padrão da Ceia do Senhor, ou os dois meios foram fundidos: a palavra falada e o sinal executado. Do séc. VI ao XVI a liturgia da palavra e a Ceia do Senhor se haviam tornado inseparáveis, exceto em ocasiões raras como a Sexta Feira Santa. (WHITE1997, p. 114).
A fusão da palavra e os procedimentos litúrgicos, provavelmente tenham ocorrido antes, temos como primeiro indício o que está escrito na Primeira Apologia de Justino Mártir, que foi escrito em Roma por volta do séc. II. Justino deixou-nos dois exemplos de uma reunião sobre a Ceia do Senhor. A primeira tem sua sequência no batismo. Os novos batizados (provavelmente na Páscoa), conduzidos à assembleia litúrgica, que oferecia orações pelos participantes, davam-se o ósculo da paz e a seguir iniciava-se a Ceia do Senhor. É bem provável que a iniciação quando era celebrada, substituía a liturgia da palavra, mas não a Ceia do Senhor. Também Justino parece ter descrito o que parecia ser um culto dominical comum: (WHITE, 1997, p. 114).
No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se leem, enquanto o tempo permite as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor terminava, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida levantamo-nos todos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, oferece-se pão, vinho e água.  (WHITE, 1997, p. 114).
Nesses cultos, havia leituras do Antigo e do Novo Testamento, um sermão e intercessões gerais, ou orações dos fiéis, ou seja, essas orações eram a favor das pessoas. (WHITE, 1997, p. 114).
Quanto à leitura da palavra era flexível, incluindo diversos trechos dos escritos sagrados. Conforme explicação de White (1997, p. 114, 115) “A forma das intercessões da Sexta-Feira Santa – oração responsiva, oração silenciosa com todos ajoelhados e uma oração de síntese em que todos ficam em pé – é primitiva (dos primeiros tempos). Elementos não – essenciais aparecem na liturgia da palavra dos primeiros tempos. Conta-nos Agostinho: “Entrei na igreja, saudei as pessoas com a saudação costumeira e o leitor iniciou as leituras.” Início mais parco e abrupto não é possível imaginar.
Segundo comentário de O Westminster Directory impôs às igrejas nacionais da Inglaterra, Escócia e Irlanda a abordagem puritana do culto em 1645, suplantando o Livro de Oração Comum por 15 anos e acabando com a autoridade do Book of Comon Order escocês (1564). O Diretory é mais do que um livro de rubricas, e menos do que um livro de orações. A ordem para o “culto público de Deus” é a seguinte: o ministro chama a congregação para o culto e inicia uma oração lembrando as pessoas de sua própria vileza e indignidade para se aproximar tanto dele [Deus]; com sua extrema incapacidade de, por si próprios, [realizar] tamanha obra. Segue-se a leitura da Palavra (ordinariamente um capítulo de cada testamento na base da lectio continua), canta-se um salmo, faz-se intercessão, uma oração pastoral muito longa de confissão e intercessão, pregação da palavra, oração de ação de graças, o Pai-Nosso, um salmo cantado e uma benção. Esta liturgia da palavra forneceu por vários séculos a estrutura básica do culto para boa parte da tradição reformada de fala inglesa. A pregação é obviamente o ato dominante do culto. A abordagem medieval, com ênfase na confissão de pecados e na penitência, é evidente, mas há claros ganhos na recuperação das leituras do Antigo Testamento, na alta consideração pela salmódia congregacional e na importância da pregação. (WHITE, 1997, p. 119, 120).
     Conceito de Prédica Segundo (Schneider – Harpprecht). 
Prédica: Discurso; oração. [Cf. predica, do v. predicar]. (FERREIRA, 2009. Dicionário Eletrônico).  A prédica está intrinsecamente ligada às práticas kerigmáticas, quanto à liturgia da pregação, Schneider – Harpprecht trata desse assunto com muita profundidade, embora a prática da prédica seja pouco conhecida, ou desconhecida no meio pentecostal.  A prédica não é muito comentada, ou conhecida devido à sua forma de cultura em que se encontrava como também se encontra hoje, um pouco distante do pentecostalismo. Nós preferimos chamar a mensagem de pregação, outros pelo nome sermão, a prédica pode ser considerada também como mensagem, pregação e sermão.
Faremos algumas considerações somente sobre a prédica cristã para que possamos conhecer um pouco a seu respeito. Todo pregador tem diante de si um fator importante e ele sabe que precisa despender esforços para elaborar uma prédica. Isso ele fará sabendo sobre o que o texto escolhido tem a dizer, e como esse texto pretende que seja entendido pela comunidade, mas ele comunica, “(ideias de quem? As do texto, ou as do pregador? Ou as de Deus?)”. É exatamente isso que importa para a sua comunidade, que se reúne não para ouvir suas palavras, ou qualquer coisa, mas a Palavra de Deus. (SCHNEIDER – HARPPRECHT, 1998, p. 144). (Grifo meu).
Segundo Schneider – Harpprecht segue-se uma orientação para nos auxiliar, quanto ao procedimento e a forma correta de considerarmos o que significa prédica e a forma de exposição da mesma. “Antes disso, porém, seguem-se algumas observações preliminares para facilitar a nossa compreensão:”
Nossa proposta visa fazer com que nos ocupemos de maneira nova – saindo da rotina – com a teologia da prédica para definir nosso próprio posicionamento. Queremos estimular o/a leitor/a ocuparem-se mais uma vez com temas homiléticos, a ocuparem-se mais uma vez com sua própria posição teológica. Neste ensaio o discurso público proferido no púlpito é designado sempre como “prédica”. Em relação a isto poderia surgir um problema terminológico, já que essa expressão é desconhecida em algumas igrejas ou porque se emprega outro termo: “sermão” e “homilia” no âmbito católico, ao passo que em algumas tradições a prédica é designada como “mensagem”. O conceito genérico sob o qual se podem subsumir todas as espécies de proclamação pública da Palavra é “pregação”.  (SCHNEIDER – HARPPRECHT, 1998, p. 145).
            História da Prédica na “Igreja Antiga e na Idade Média”.
O conceito sobre a prédica vem desde os tempos remotos do Antigo Testamento, passou pelo Cristianismo chegando a Igreja Antiga e na Idade Média.
Schneider – Harpprecht nos dá algumas explicações sobre a prédica.
A história da prédica não começa apenas com a Reforma. Por mais supérflua que seja esta observação, ela pode nos ajudar a evitar o perigo de entender unilateralmente a “Igreja da palavra” como “instituição verbal”. De onde vem a característica – por um lado legítima, mas por outra excessivamente abordada – das igrejas protestantes como “Igreja da palavra”?
Basta apontar para as grandes prédicas contidas no Antigo e no Novo Testamento para dar-se conta de que a proclamação da palavra de Deus não é uma invenção da Era Moderna incipiente. Pensemos por ex., nos discursos de admoestação dos profetas ou nas parábolas de Jesus. Mas também na Igreja antiga e na Igreja primitiva as prédicas dos apóstolos (veja a prédica no dia de Pentecostes de Pedro em At. 2; a prédica de Estevão em At. 7; a prédica do apóstolo Paulo no Areópago em At. 17) ou as prédicas dos pais da Igreja oferecem exemplos da habilidade homilética. As primeiras reflexões sobre a teoria da prédica foram desenvolvidas por João Crisóstomo (m. em 407 d. C.) em sua obra De sacerdotio e por Agostinho (354-430 d. C.) em sua obra (homilética) principal intitulada De douctrina christiana. O alvo da prédica era a instrução pela palavra; Crisóstomo entendia essa instrução como único “meio e caminho para a santificação além do exemplo da boa ação”. (SCHNEIDER – HARPPRECHT, 1998, p.146, 147).
            A igreja discursava em latim, o que não favorecia aos seus fieis, que não entendiam o discurso, e também por ser o latim o idioma falado somente pelas elites e pelo clero. No séc. VIII, Carlos Magno baixou um decreto, para que fosse feita uma “prédica no culto dominical, para edificação e instrução do seu povo”. Carlos Magno pretendia que a vida do povo tivesse uma ascensão e uma profunda renovação eclesial. Até o presente momento só haviam prédicas “ocasionais feitas por bispos em latim”, isso para o povo não repercutia em nenhum benefício. (SCHNEIDER – HARPPECHT, 1998, p. 147).
            A Prédica Segundo “Daniel Friedrich Ernest Schleiermacher (1768 – 1834)”.
Para se produzir uma prédica é necessário à espontaneidade do pregador na sua elaboração ligado com a sua maneira de agir no campo espiritual. Schleiermacher era da seguinte opinião que tanto o culto como a prédica não se consideravam “atividades docentes – neles não há nada para “aprender”, nem de modo geral em termos práticos, como nas prédicas da época do iluminismo, nem em sentido dogmático, como na ortodoxia”. Schleiermacher disse que: “na prédica se expressa à autoconsciência piedosa do pregador, cujo interesse seria introduzir a comunidade nesse sentimento piedoso e fazê-lo sintonizar-se com ele”. O pregador desloca-se do centro da sua comunidade, “colocando-se diante dela, fazendo-a participar, durante a prédica, do sentimento da religião”. (SCHNEIDER – HARPPRECHT, 1998, p.153).
      A Prédica na Visão de “Karl Barth (1886 – 1968)”.
A visão de Barth quanto à prédica enfoca a impossibilidade e a dependência do pregador buscar auxílio em Deus para formular sua prédica. Então se justifica que a pregação de improviso está fora de cogitação por não ter o mínimo de bom senso na sua preparação. “O pregador precisa entender que ele é um instrumento de Deus, que o requisita para que, por meio da prédica do pregador, tomar, ele próprio, a palavra”. Para o mensageiro que vai reproduzir a prédica porque ela não depende dele. “Isto, naturalmente, está fora do domínio do próprio pregador, e a prédica é a “possibilidade impossível” do pregador”. (SCHNEIDER-HARPPRECHT, 1998, p. 154 apud BARTH).
Um dos enfoques de Barth não é só o preparo e a eloquência do pregador, mas um requisito necessário é a sua vocação. Portanto, o pregador precisa primeiramente ser vocacionado por Deus para tão nobre arte. “Numa pequena homilética, Karl Barth oferece a seguinte definição sobre a doutrina da prédica em duas partes”:
1. A prédica é a palavra de Deus, falada por ele mesmo lançando mão do serviço da explicação – em discurso livre, dirigido a pessoas da atualidade – de um texto bíblico por parte de uma pessoa vocacionada para isso na Igreja obediente à sua missão. 2. A prédica é a tentativa ordenada à Igreja de servir à palavra do próprio Deus por meio de uma pessoa vocacionada para isso, e de servir a ela de tal modo que um texto bíblico seja explicado, em discurso livre, a pessoa da atualidade como texto que diz respeito justamente a elas enquanto anúncio daquilo que têm a ouvir do próprio Deus. (SCHNEIDER – HARPPRECHT, 1998, p. 154 apud BARTH).
Como podemos observar a prédica está mais voltada para o estilo das igrejas anteriores e posteriores a Reforma, entre elas, provavelmente a Igreja Luterana, exerce a prática da prédica, e também a vocação do pregador, conforme havíamos dito que, “na prédica se expressa à autoconsciência piedosa do pregador, cujo interesse seria introduzir a comunidade nesse sentimento piedoso”. (SCHNEIDER – HARPPRECHT, 1998, p.153).
Essa postagem não esgota o assunto, mas devido o espaço, deixo apenas essa breve contribuição para que você tenha noção do referido assunto, a partir daqui espero que seja oportuno para meus queridos leitores a expansão do mesmo.


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