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quarta-feira, novembro 26, 2014

CASAL FELIZ

Fluindo Junto. O Fruto do Espírito: Gl. 5:22.
Deus quando instituiu o casamento lá no Éden; selando a união entre duas pessoas, fazendo assim uma aliança de comprometimento entre um homem e uma mulher, baseando-se nos princípios do amor bíblico e com duração para o restante da vida. O relacionamento entre Jesus Cristo e a Sua Igreja é o exemplo supremo de amor compromissado que deve ser seguido pelo marido e pela esposa em seu relacionamento mútuo.
O “fruto do Espírito” representa nove diferentes virtudes a serem seguidas em relação à união do homem e a Igreja de Cristo aqui na terra. Em Gl. 5:22, encontramos nove virtudes: Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança, todas elas dentro do “fruto do Espírito” . O mesmo fato aparece em I Co. 13:4-8, onde se fala de várias virtudes espirituais, todas vinculadas ao amor. “O amor é sofredor, é benigno, o amor não é invejoso, o amor não trata com leviandade”. (...). Aqui se esconde uma realidade muito importante que pode ser aplicada em nossos dias.  
Todas as virtudes espirituais têm no amor a sua origem: A Bíblia diz: “Deus é amor”, isto é, o amor constitui a própria essência do eterno Deus. Desta maneira podemos compreender que as virtudes apresentadas em (Gl. 5:22; I Co. 13:4-8), têm, todas elas, no amor a sua origem. São como uma laranja composta de diferentes gomos, os quais, juntos, formam a laranja. Não se trata de diferentes flores (virtudes), que juntas formam um ramalhete, mas de uma só flor, com nove pétalas distintas e desiguais, que constituem uma mesma flor. Assim é o amor entre um homem e uma mulher, não o amor carnal, mas o amor segundo a vontade de Deus, o fruto deste amor é com muita longanimidade, ou seja, (um amor paciente), com bondade, com fidelidade; um amor cheio de mansidão, longanimidade e que seja controlado com a temperança (equilíbrio), onde a graça de Deus esteja sempre presente.
Vamos fazer uma Síntese sobre as virtudes que compõem o fruto do Espírito:
Falaremos um pouco sobre o que significa a caridade: Caridade é a fonte divina de onde manam todas as virtudes espirituais. Deus é a caridade. Quando Ele ama, há um transbordamento da sua pessoa. O fato é que não O amamos primeiro, mas foi Ele quem nos amou primeiro.  A salvação encheu a chama de amor, que vai aumentando. O amor se torna assim uma evidência da salvação; pela operação do Espírito, este amor aumenta, e aparece como “fruto”, pelo o qual amamos a Deus, como a noiva ama o noivo e faz a sua vontade, nós queremos fazer a vontade de Deus, para cumprir a lei da liberdade, agradando a Deus em tudo. Este amor leva o homem a fazer como Jesus fez se entregou a Si mesmo a Deus, para salvação dos pecadores, e conservação dos crentes. O amor é o rio que liga os crentes para aperfeiçoá-los, assim, liga até o seu relacionamento com os que são inimigos.
O gozo: Faz parte da perfeição divina. Deus é bem aventurado, Jesus se alegrou. O reino de Deus é alegria. Esta alegria nasce no crente como nasce no meio de uma família é uma obra da graça de Deus em nosso meio, assim é a salvação de Deus, traz alegria, porque a ira de Deus cessou, porque os nossos nomes estão escritos no Livro da Vida. O Espírito Santo aumenta este gozo através do fruto do Espírito, porque o gozo do Espírito Santo anda junto, permanecendo em comunhão com Jesus; este gozo se torna completo e constitui a base que torna a maravilhosa comunhão entre os crentes.
A paz: O reino de Deus é paz, porque Deus é “Deus de paz”.  É ele que nos dá “A paz que excede todas as coisas”, Jesus, o Príncipe da paz, comprou esta paz na Cruz. Por isso, a graça e a paz andam juntas. Está paz têm que prevalecer nos lares, no meio das famílias, junto aos filhos. O Espírito Santo faz aumentar esta paz. A paz pode ser um rio, e ser multiplicada, uma paz que excede todo o entendimento. É pela salvação que a paz entra na vida do crente. Confiando no Senhor, e andando conforme Sua Palavra, esta paz permanecerá. A paz dá ao crente condição de viver em paz com todos, pois ele é dominado pela paz. A paz na igreja e no lar é um segredo do progresso espiritual do cristão. A paz faz do crente um pacificador.
Longanimidade: O que é ser uma pessoa longânime: É ter “ânimo longo”, apesar das circunstâncias avessas, em lugar de ter “ânimo precipitado”, seu antônimo (oposto). Deus é longânime. A Bíblia fala “da longanimidade de Deus”, e das “riquezas da sua longanimidade”, Deus é também chamado “o Deus da paciência”. “Jesus mostrou toda a longanimidade para salvar Saulo”. É disto que muitos de nós casais somos necessitados, é desta longanimidade.  É desta fonte que o Espírito transmite a longanimidade como fruto, pois “o amor de Deus está derramado em nossos corações”, o amor nunca falha. Esta virtude ajuda o crente casado tanto nas suas comunicações com os seus cônjuges como com os irmãos, como no serviço, na igreja, no lar.  É uma expressão de “domínio próprio”, na hora do sofrimento, Jesus experimentou isto. Paulo era um exemplo disto.
A benignidade: É uma virtude que nos dá condições de tratar os outros com carinho e meiguice, Deus é benigno, isto é, a benignidade faz parte da sua própria substância. Por isto a Bíblia fala das riquezas, e da grandeza da sua benignidade, que elevam até os céus. A Bíblia fala da benignidade de Jesus. É desta fonte que o Espírito Santo transmite a benignidade como fruto. O Espírito Santo nos quer revestir desta benignidade, para uma vida vitoriosa completa.
Bondade: Deus é a fonte da bondade, porque Ele é bom, e toda a dádiva dele é boa. O Espírito Santo transmite esta virtude como fruto, para que cada um, do bom tesouro possa tirar o bem. Barnabé foi cheio do Espírito Santo e por isso se tornou um homem bom. Ele deixou um brilhante exemplo de que maneira este fruto se manifesta. O seu coração era aberto para dar. Ele viu o que a graça de Deus havia operado, por isso conseguiu ajudar a Saulo. Aquele que possui este fruto é feliz, pois pode ser uma benção para outros, e até deixa uma herança para seus descendentes, e sente o favor de Deus. Diante da eternidade será manifestado que Deus deu valor a bondade. Você, marido, você esposa, você filho, você namorado, namorada, tenha também este fruto, sejam bons, seja obediente, sejam sinceros uns com os outros, isto agrada a Deus. Amém!
Vamos falar um pouco mais sobre fidelidade: Fidelidade Deus é fiel, como também Jesus o é.  A sua fidelidade sempre permanece, na chamada, no perdão, nas tentações, e na santificação. Alcançamos misericórdia para sermos fiéis, pela operação do Espírito Santo esta virtude aparece como fruto que penetra até o nosso espírito. Deus busca este fruto entre o Seu povo. A fidelidade é uma força nas nossas relações com Deus, e diante da palavra. A fidelidade é indispensável nas nossas atitudes para com a igreja, e para a família para com os irmãos, e no nosso serviço, Sejamos fiéis até a morte para alcançarmos a coroa da vida.
Amar o seu cônjuge como Deus ordenou (1 Jo. 3:23) exige que você morra diariamente para os seus desejos egoístas e viva para agradar a Deus e servir ao seu cônjuge (Fl. 2:3-9). Para cumprir com fidelidade as suas responsabilidades conjugais, você deve depender da força do Senhor e da sabedoria da Sua Palavra. Não dependa de força ou sabedoria natural. Cumprindo fiel e amorosamente as suas responsabilidades, você demonstra amor a Deus e ao seu cônjuge (1 Co 13:4-8).
Mansidão: É uma virtude amorosa, pela a qual temos condições de nos conservar pacíficos, com serenidade e brandura, sem alterações, quando encontramos coisas desagradáveis. Jesus, como homem, foi manso. A Bíblia fala da “mansidão de Cristo”. Os profetas profetizavam sobre a sua mansidão. Ele se conserva manso até diante de seu traidor, e curou o soldado que foi enviado para prendê-lo. O Espírito Santo faz com que a mansidão apareça como fruto, quando o amor de Deus é derramado em nossos corações, então “o Espírito de mansidão” se manifesta; principalmente os serviços de Deus devem possuir este fruto, e se revestirem de mansidão, porque é útil no serviço a Deus e no lar.
Temperança ou Domínio Próprio: Serve como “freio”, quando a vontade própria, o egoísmo quer prevalecer em oposição à vontade de Deus. Jesus morreu para que “os que vivem, não vivam mais para si, mas por Aquele que morreu por nós”. Ele mesmo deu exemplo disso, pois “não agradou a si mesmo”. O Espírito Santo faz parecer esta virtude como fruto. Deus nos deu o espírito de moderação, que aparece como uma força contra a carne, fazendo o crente submeter-se à direção do Espírito. Assim o crente subjuga o seu corpo, governa o seu espírito, e disciplina o seu coração, para andar em espírito. A temperança trás ricas bênçãos, pois ajuda o crente a rejeitar o mal, e lhe dá domínio próprio para não permitir que algo contra a vontade de Deus o domine, com isso o crente de tudo se abstém para alcançar uma coroa incorruptível.
Quando você falhar no amor conjugal, será possível restaurar a comunhão com o Senhor e o seu cônjuge (Sl 145:14; Pv 24:16). Para restaurar a comunhão com Senhor, você precisa confessar diante dEle o seu pecado (I Jo 1:9) e voltar ao seu compromisso inicial de viver para Ele: (a) lembrando-se de onde você tropeçou, (b) arrependendo-se e (c) voltando às obras que praticava no princípio como evidência do seu amor ao Senhor (Ap 2:4-5). Texto sofreu algumas variações. Evangelista: Francisco








sábado, novembro 22, 2014

BREVE ESTATÍSTICAS DAS RELIGIÕES NO MUNDO

As Religiões no Mundo Ultrapassam os 10 mil
O Boletim Internacional de Pesquisa Missionária, preparado por David Barrett, lança um olhar detalhado sobre a situação religiosa no mundo a cada ano. Barret se especializou em analisar dados sobre as religiões do mundo, em especial do trabalho missionário cristão.
Embora saibam que é impossível ter precisão absoluta, Barrett mantém um banco de dados atualizado e fazem projeções usando a metodologia de especialistas em estatística.
A religião cristã, por exemplo, era praticamente fixa no século XX. Havia apenas 558 milhões de cristãos no mundo em 1900. Em contraste, chegamos a cerca de 2 bilhões de cristãos na metade de 2012. Em 112 anos o número de cristãos aumentou consideravelmente
No entanto, se considerarmos a porcentagem da população mundial, o cristianismo perdeu terreno.
No início do século passado os cristãos eram 34,5% da população mundial, mas apenas 33,1% agora.
Metade dos 2 bilhões de cristãos no mundo são católicos.
O segundo maior “megabloco” são os cristãos afiliados a “igrejas independentes”, que têm cerca de 400 milhões de membros. Ou seja, quase o dobro dos 217 milhões de fiéis ortodoxos em todo o mundo.
Barrett contabilizou 350 milhões de protestantes, divididos em centenas de denominações e mais 80 milhões pertencestes à comunhão Anglicana, que para muitos são um híbrido de católicos e protestantes. A tendência é que as posições desses “megablocos” dentro cristianismo mundial permaneça constante ao longo dos próximos vinte anos.
O que mais chama atenção é como a vida cristã mudou radicalmente no século XX.
Os cristãos reuniam-se em 400 000 congregações em 1900.
Hoje, podem ser encontrados cerca de 3,5 milhões de templos em todo o mundo.
Em 1900 havia 300 000 livros publicados sobre o cristianismo.
Em 2012, chegaremos a 5,1 milhões de títulos relacionados ao tema.
Os 3500 revistas cristãs publicadas em 1900 são uma pequena fração das 35 000 publicações cristãs impressas que circulam hoje. Em 2002, a previsão é que o número de Bíblias distribuídas seria dez vezes maior que em 1900. Em um século passamos de 5.5 milhões para 59 milhões de exemplares anuais das Escrituras ou de parte delas.
Talvez o mais surpreendente seja o número de denominações cristãs, era 1.900 um século atrás, e agora chegam a 35.500. O cristianismo tornou-se muito mais um fenômeno urbano do século 20. Em 1900, apenas 28% dos cristãos do mundo viviam em cidades. Este ano, mais de 58% da população cristã vive em áreas urbanas.
A revolução das comunicações também teve um impacto dramático sobre a vida cristã. Em 1970, as organizações cristãs utilizam cerca de 1000 computadores. Hoje são 332 milhões de computadores.
Atualmente, 2,5 bilhões de pessoas assistem e ouvem programas cristãos de rádio e TV todo mês, um número que deverá subir em 2025 para 3,8 bilhões. Trinta anos atrás, apenas 750 milhões tinham acesso a programas cristãos. Isso sem contar a internet, cuja audiência não pode ser medida.
Mesmo assim, o Islã é a religião que mais cresce no mundo hoje. Dos 200 milhões de seguidores em 1900, os muçulmanos cresceram mais de 500% durante o século 20.
As mudanças demográficas nos últimos trinta anos chama a atenção. Em 1970, havia 554 milhões de muçulmanos no mundo e 666 milhões de católicos. No ano 2000, o Islã chegou a 1,2 bilhão de seguidores, enquanto o catolicismo contabilizava 1,1 bilhão. Isso significa que, em 2025, devemos ter 1,3 bilhão de católicos em um mundo habitado por 1,8 bilhão de muçulmanos.
O total do que Barrett chama de “religiões diferentes” cresceu de 1000, no ano de 1900, para 10 500 hoje, e deve chegar a 15 000 nos próximos 25 anos. Embora este crescimento pareça absurdo, o surgimento das novas religiões mostra que o mundo moderno não é tão ateu nem rejeita tanto assim a religiosidade quanto se pensa.
Essas novas religiões misturam elementos da fé de cristãos, budistas, hindus, muçulmanos e outras menos expressivas. Por exemplo, a Dai Viet Nam mistura budismo, confucionismo e taoísmo, usando ao mesmo tempo a Bíblia e o Alcorão, e tendo um líder com status de “Papa”. Outro exemplo são os muçulmanos Ahmadi, os quais afirmam que Jesus escapou da cruz e morreu na Índia com 120 anos.
Traduzido e adaptado de Cristianos.com


terça-feira, novembro 18, 2014

HOMILIA CATÓLICA

Das diversas formas de pregações conhecida no mundo evangélico, conhecemos as mais variadas formas de sermões. Mas poucos têm conhecimento da pregação chamada Homilia por ser uma forma de pregação da Igreja Católica Romana e de algumas outras. Esta Homilia foi gravada em uma Missa de Domingo e transcrita de forma sucinta com as palavras do frei.  Boa leitura!
5.5.3 Definição de Homilia.
“[Do gr. homilía, 'reunião', 'conversação familiar', e este do gr. homós, 'semelhante', 'igual', + gr. íle, 'grupo', 'companhia'.]”. Pregação em estilo familiar e quase coloquial sobre o Evangelho: Discurso que afeta moral exagerada. [F. paral.: homília”.]”. (FERREIRA, 2009, Dicionário Eletrônico).
A palavra homilia não é comumente usada nas igrejas cristãs, se bem que o seu estilo é semelhante a uma pregação Textual. “A homilia é a explicação do texto, versículo por versículo” e o pregador a seguir faz a sua explicação na sequência dos versículos lidos. “É da homilia que a Homilética recebe seu nome, a homilia, porém, é bem anterior a Crisóstomo, falecido em 407. A homilia já existia no tempo de Justino (falecido entre 163 e 167)”. (KIRST, 1985, p. 83, 84).
O que nos chama a atenção sobre a homilia é pelo fato de ela se manter com as mesmas características desde os tempos remotos da sua criação. Segundo Crane (1989, p. 81) dos “diferentes tipos de discurso cristão, a homilia é o mais antigo”. De sua história sabemos que ela era praticada muito cedo entre os judeus nos trabalhos das sinagogas:
Havia prevalecido entre os judeus a prática de explicar em forma popular as lições da Escritura que se lia nas sinagogas, e desde muito cedo essa prática foi adotada pelas congregações cristãs. Os discursos que se empregavam para esse fim eram de caráter muito simples; porém, com exceção daqueles atribuídos a Hipólito, não temos nenhum exemplo desse tipo de composição que seja mais antigo do que as homilias de Orígines, as quais datam do século terceiro. Tomando-as como modelo, podemos descrever a homilia cristã primitiva como uma exposição popular de alguma porção da Escritura, acompanhada de reflexões morais. Distingue-se do sermão, cuja forma reflete a influência da retórica das escolas, que segue a ordem do texto ou da narração bíblica, em vez de seguir o estilo de um discurso retórico ou de um ensaio didático. (CRANE, 1989, p. 81).
5.5.4 Método de Pregação Homilia – Católica Romana.
A Igreja Católica Romana de São Bernardo do Campo, São Paulo apresentou através do frei Sebastião Benito Quaglio, duas homilias, nós tomamos uma para usá-la em nossa pesquisa para comparação com a Pregação Pentecostal de Improviso.
Bini comenta como se processa a homilia pregada aos fiéis católicos romanos, e a sua forma de aplicação aos ouvintes. “Depois de falar pelas palavras dos profetas, dos apóstolos e de Jesus Cristo, Deus fala pelas palavras do padre que explica as leituras”. “Sentados, os fiéis escutam com espírito de fé as palavras do padre, que os ajuda a aplicarem a si mesmos a mensagem de Deus”. (BINI, 1966, p.104).
Quanto ao estilo de entregar a homilia foi coloquial, pregada num período de vinte minutos dentro das normas homiléticas que se requer a prática correta da exposição da homilia. Frei Sebastião Benito Quaglio foi simpático o tempo todo da sua apresentação, sua mensagem foi de boa qualidade, a explicação da homilia convenceu pela forma de exposição, não fugiu a regra, permaneceu nos textos lidos apresentando-os na forma que já era esperado de uma homilia. Quanto à pregação de improviso temos que reconhecer que a homilia foi melhor independente do pregador, porque o propósito da homilia foi claro e objetivo, e todos puderam entendê-la até o seu desfecho.
5.5.5 Apresentação da Pregação de uma Homilia Católica Romana.
A homilia foi entregue a Igreja por ocasião de uma Missa de domingo à noite, dia 22/08/2010. Frei Sebastião Benito Quaglio é o responsável pela Igreja e foi o responsável pela pregação da homilia. O nível da Missa melhorou consideravelmente, porque passou por novas estruturas litúrgicas. Frei Sebastião Benito Quaglio é um homem muito sábio, carismático, muito simpático, todos o têm em grande estima. Pregou muito bem a sua homilia. O povo católico é muito querido por nós, fomos bem recebidos em sua Igreja.
ü Textos da Pregação da Homilia: Salmo. 116 (117); Isaías. 66.18-21; Lucas. 13: 22-30 e Hebreus. 12:5-7.11-13.
Transcrevemos a homilia do áudio para a escrita de forma sucinta e procuramos usar também as próprias palavras do frei Sebastião Benito Quaglio. Como já era de se esperar sua homilia foi transmitida numa linguagem coloquial, da mesma forma que deve ser passada aos fieis católicos da sua igreja.
Frei Sebastião Benito Quaglio após a saudar a Igreja, tranquilamente faz a leitura juntamente com os fiéis, que permanecem assentados com muita reverência e atenção.
A seguir ele diz: Palavra de Deus. Temos quatro leituras, o Salmo é considerado uma leitura, o mais curto o 116 mostra que o louvor é para Deus espalhado sobre toda a terra.
A primeira leitura, uma leitura que inspira coragem e esperança parece um rio de gente, que caminha para glória, quer dizer que no céu tem lugar para todos. A primeira leitura sobre a esperança é muito significativa, de esperança porque estavam voltando do exílio, uma terra destruída campos abandonados, uma cidade destruída.
Portanto, tinham que começar tudo de novo, que tipo de esperança? A esperança veio de uma corrida tensiosa. Você sabe o que reside nessa pessoa? O desânimo, o desânimo arrasa uma pessoa, você gostaria de morar com uma pessoa desanimada? Agora para encontrar ânimo, o que precisa? Esquecer os problemas? Nós temos que marcar a nossa sociedade com a esperança, se não o pessimismo toma conta da gente e a pessoa acaba se isolando, hoje em dia, se nota um isolamento cada vez mais numeroso no mundo. Porque a própria opção morar sozinho? Para não ter compromissos com ninguém, porque não quer se comprometer, e ao mesmo tempo sofre as consequências.
Hoje estamos em campanha eleitoral, à gente cobra continuamente, os políticos não prestam. Será que não tem ninguém correto? Eu acho que sim. (pausa). Você sabia que as orientações litúrgicas asseguram oração, da oração dos fiéis deveriam sempre ser pelas autoridades.
Parece para nós como lema, um jeito de desânimo, é isso que a Bíblia nos ensina? Eu diria hoje para os irmãos não continuar. Quem não sai da missa sorrindo, tem que voltar ainda até ser boa para mim.
E a segunda leitura, mostra a dinâmica sofredora de quem quer realmente caminhar para Deus, aqui você é o lutador, certo! Quando o certo não é dos que querem mandar, mas dos que querem ajudar.
E vamos lá ao Evangelho. Um fulano fez uma pergunta a Jesus. Que pergunta ele fez? É verdade que poucos se salvam? Ainda lhe deu uma condição, essa pergunta à gente faz sempre.
Na época de Jesus existia uma corrente, que dizia basta pertencer ao povo de Deus, ser circuncidado, basta ser judeu, que você é salvo, hoje, basta ser católico você é salvo, muitos pregam isso, se você não é dessa religião, você vai ficar aqui.
No século XVI, XVII, essas duas correntes eram tão fortes que quem pertencia a uma corrente mais larga Deus era misericordioso dava tudo. Faziam os crucifixos com Cristo com os braços abertos. Aqueles que diziam: Não! Não! A porta é apertada colocavam Cristo na cruz com os braços para cima. E hoje? Hoje ninguém diz mais nada, hoje é de dar susto mesmo, porque a coisa é seria.
Um pensamento que achei muito interessante. Quem de vocês já viajou de avião? Logo que o avião sobe o que acontece? Em caso de despressurização do ar caem às máscaras, se você tem uma criança ao seu lado qual é a sua reação? Colocar o oxigênio na criança, mas a aeromoça diz não! Primeiro coloca em você, e depois no outro por quê? Pode ser que você desmaie então você não salva a criança e nem você.
Em termos de salvação é um problema pessoal. Não adianta perguntar quantos se salvam. Deus quer que todos sejam salvos. Pedro então! Quem pode se salvar? E Jesus respondeu a Pedro. Para o homem é impossível, mas para Deus é possível.
Mateus completa essa história dizendo que têm duas estradas: uma larga e outra estreita. A maioria vai para a (pausa), mais larga, por quê? Porque é mais fácil. E o que acontece quando a pessoa vai para a estrada larga? A pessoa acha que a felicidade de quem escolhe a estrada larga perdura por muito tempo (pausa), não? No começo parece um paraíso, quantos males amargados, quantas tragédias consequência de tanta dor, quantas tragédias.
A misericórdia de Deus manda voltar, ai ele dá um jeitinho espiritual e entra pela porta estreita, mas uma vez entrado pela porta estreita, ela se alarga, e você sofre no começo, mas depois você se sente bem, sente paz, sente felicidade.
Então é o inverso. Jesus quer que todos que entram por essa porta larga, espaçosa, se sintam angustiados, apertados, como se disséssemos, não dava mais para continuar e volta e entra pela porta estreita.

Portanto, minha gente é preciso lutar, o Senhor é ao nosso lado. Vamos criar esse ambiente de confiança, de esperança, vamos ser firmes e fortes na formação, nunca vamos desanimar, vamos nesse caminho de Jesus Cristo. Amém! (Dissertação de Mestrado. Me. Expedito Darcy da Silva, 2013, p. 144, 145, 146).

quinta-feira, novembro 13, 2014

CARACTERÍSTICAS DO LÍDER CRISTÃO

Peço desculpas aos meus queridos leitores, que estas propagandas não são minhas.
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Um líder cristão é alguém chamado por Deus para liderar, e essa liderança deve ser exercida por uma pessoa que tenha um caráter semelhante ao de Cristo, revelando aptidões funcionais que permitam uma liderança concreta (Mt. 5.1-12).
Paulo é um bom exemplo desse tipo de liderança, apesar de não ter sido um homem perfeito, sempre foi exemplo na busca contínua por maturidade e serviço, tanto que escreve aos Gálatas a importância de o crente ter o fruto do Espírito (Gl. 5.22-23).
Caráter - é um conjunto de qualidades que dão personalidade própria a um indivíduo permitindo distingui-lo de outros.
Liderar é ter um caráter que inspira confiança.
O caráter não é demonstrado apenas pelo falar; a ação é o principal indicador do caráter de uma pessoa.
O caráter indica quem e que tipo de pessoa esta é; por isso jamais poderá um líder ser desvencilhado de uma análise de seu caráter.
O conceito de líder segundo Paulo:
Despenseiro, ou mordomo (do grego “oikonomia”) ou gerente dos recursos da família (I Co. 4.2).
Administrador, isto é governante, essa palavra descreve um timoneiro de um navio (I Co. 12.28).
Bispo - do grego “episkopos” que é um supervisor (At. 20.28).
Presbítero - do grego “presbytero” responsável pelo conselho e observância da justiça (At. 20.17);
Presidente - aquele que preside e conduz as pessoas (Rm. 12.8).
Nem todos os líderes preenchem todos os requisitos citados acima, mas, as características quanto ao caráter e conduta são de suma importância, sendo assim todos precisam tê-los.
QUALIDADES ESSENCIAIS DO LÍDER
Auto-Disciplina - abnegação; o líder deve ser a pessoa que primeiro se submete de boa vontade, a apreender e a obedecer, segundo a disciplina imposta fora, e que em seguida, impôs a si mesmo, como forma exemplar, a exemplo de Paulo que diz: “Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo a servidão, para que, pregando aos outros eu mesmo não venha, de maneira alguma, a ficar reprovado” (I Co. 1.27).
Deus endurece-me contra mim mesmo;
Esse covarde, com voz apática;
Que anseia pelo descanso, e pelo prazer;
Eu mesmo, arquitraidor de mim mesmo,
O mais oco dos meus amigos, o mais mortífero;
Meu obstáculo em qualquer estrada. (Amy Wilson Carmichael).
Visão - Isso inclui previsão (visão de coisas e pessoas) e visão interna (de si mesmo, isto é discernimento de fatos ao redor de si e dentro de si).
O homem de Deus deve ter visão de coisas espirituais, ser capaz de ver o possível nos momentos em que tudo demonstra incapacidade para ocorrer. Os personagens que mais influenciaram sua geração foram os que puderam enxergar mais longe do que os demais homens.
Esses foram homens cheios de fé e de grandes visões na obra de Deus.
O otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade (At. 27. 21-25).
 Sabedoria- Conhecimento da verdade, instrução, razão; justo conhecimento natural ou adquirido das verdades (mormente morais); saber, doutrina, ciência; totalidade dos conhecimentos adquiridos (Caldas Leite).
Webster a define como: “faculdade de fazer uso do conhecimento, uma combinação de discernimento, julgamento, sagacidade e poderes semelhantes”.
“Nas Escrituras é o julgamento justo concernentes à verdade moral e espiritual”.
“Cheios de sabedoria” era um dos requisitos até mesmo para lideres subordinados a Igreja Apostólica (At. 6.3).
Decisão - Quando os fatos são conhecidos, o verdadeiro líder surge com sua marca característica: Decisão firme e rápida.
O homem que possui visão deve fazer algo a respeito, para não se transformar num visionário, em vez de líder (Hb. 11.24-27).
Coragem- Exige-se do líder coragem da mais alta ordem, coragem moral e física.
É a qualidade de espírito que capacita os homens a enfrentar o perigo ou as dificuldades, com firmeza, sem medo e depressão mental (I Co. 2.3; II Co. 7.5).
Humildade- Esta é por excelência a característica do homem que Deus usa, embora não faça parte do currículo do mundo.
Ao preparar seus discípulos para futuras posições de autoridade, o Senhor Jesus lhes disse que deveriam ser modestos e humildes como Seu Mestre (Mt. 20.25-27; Jo. 3.30).
O líder precisa entender que em uma boa liderança não há espaço para um regime ditatorial; onde há humildade haverá disposição em conduzir, sem a necessidade de ordens arbitrárias que mais resultam em confusões.
Obviamente há necessidade de ordem dentro de qualquer instituição, a serem cumpridas. O fator é que, não haja um comando como se as pessoas fossem de propriedade particular de alguém que não seja esse o Próprio Deus (I Pd. 5. 1-2).
Integridade e sinceridade - Paulo abriu seu coração de maneira como poucos conseguem fazer, exibindo tanto seus fracassos quanto suas virtudes (II Tm. 1.3; II Co. 2.17; I Co. 4.4).
No Antigo Testamento a sinceridade e a integridade eram impostos sobre a nação de Israel (Dt. 18.13).
“Sinceridade é transparência de caráter, uma qualidade inconsciente que se revela a si mesma”.
Além disso o líder deve ser mentalmente sadio, A palavra indica “estado de mente equilibrado, resultante da auto-restrição habitual”, e refere-se ao caráter proveniente de disciplina diária (Sl. 94.11; Pv. 12.5). 
Jeremy Tylor a chama de qualidade de “rédeas da razão e cabresto da paixão”.
O líder e o carisma - é fundamental na vida do líder, conhecer os vários tipos de temperamentos, e as faixas etárias à qual vai desenvolver seu ministério; e ter bom entendimento na psicologia do desenvolvimento, uma vez que precisa se especializar em ontologia, isto é, conhecer profundamente o “ser” e suas qualidades.
Quando o líder passa a entender as pessoas, ele demonstra que é um líder carismático, algo muito importante no trato com os demais.
Carisma - é uma palavra de origem grega (khárisma) que quer dizer crisma ou crismado, ou seja, “aquele que recebeu graça ou dom divino”.
O carisma conduz o líder a ser fascinado pela vida e pensar nas pessoas que lhe cercam, valorizando-as.
Tal atitude ajuda as pessoas a pensarem positivamente sobre si mesmas, fazendo que se sintam importantes e não como rejeitadas, até mesmo por Deus.
O líder carismático transmite esperança a seus liderados, sabendo que esta é um bem maior.
O líder precisa ser eclético - ou seja, ter um bom conhecimento da Bíblia, sendo ágil em seu manuseio, tendo entendimento profundo sobre as questões éticas e morais exigidos por Ela (II Tm. 2.15)
Muito se tem discutido sobre o valor das obras ditas de “aperfeiçoamento individual”, da sua contribuição para despertar no homem o desejo de progredir, de fortificar seu caráter e sua eficiência em todos os campos de atividade humana.
Tais obras seguramente possuem grande utilidade, entretanto devemos nos atualizar no estudo da Liderança, visto que é uma arte muito dinâmica, e conforme a mudança cultural exige-se que o líder sempre esteja atualizado com o presente em que vive.
Se observarmos os países que possuem individualidade, que souberam impor uma disciplina ao seu caráter e à sua vontade, que tiveram por norma o otimismo, veremos que os tais, marcham sempre na vanguarda das demais civilizações, impondo não somente sua cultura e seu idioma, como também atingem todos os setores produtivos dos demais países (ex. o Helenismo - com Alexandre).
Portanto, a isso chamamos de literatura de orientação.
Esta age sobre o caráter e a vontade do homem, despertando habilidades e energias adormecidas, estimulando nas pessoas, o desejo de lutar, de ser e de conquistar o mundo, por meio de ações e forças morais orientadas pela Palavra de Deus, quer conduz ao respeito e amor ao próximo.



sexta-feira, novembro 07, 2014

HISTÓRIA DA PRÉDICA NA IDADE MÉDIA

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 É de se admirar o esforço das Igrejas Pós Reforma em proceder nas suas prédicas, e como elas fazem com muito afinco. É lamentável que o pentecostalismo que tinha e tem tudo para ser uma Igreja com um genuíno fator de expor sua prédica, com todo brilho do Espírito Santo, se deteve em concordar com a baixa educação de alguns de seus membros, no que repercutiu em grande atraso teológico, engessado, desprovido de uma pedagogia científica, que nos levou a vivermos somente num misticismo, incoerente com o nosso segmento eclesial e social.
a) Igreja Antiga e Idade Média: Não foi na Reforma que a história da prédica teve seu início. Por mais supérflua que esta observação possa parecer ela nos ajudará a entendermos unilateralmente a “Igreja da palavra” como “instituição verbal”. Essa posição por um lado características verdadeiras, mas não deixando de ser excessivamente abordada – das igrejas protestantes como “Igreja da palavra”? Basta apontar para as grandes prédicas contidas no Antigo e no Novo Testamento para dar-se conta de que a proclamação da palavra de Deus não é uma invenção da Era Moderna incipiente. Pensemos p. ex., nos discursos de admoestação dos profetas ou nas parábolas de Jesus. Mas também na Igreja antiga e na Igreja primitiva as prédicas dos apóstolos (veja a prédica de Pentecostes de Pedro em At 2; a prédica de Estevão em At 7; a prédica do apóstolo Paulo no Areópago em At. 17) ou as prédicas dos pais da Igreja oferecem exemplos da habilidade homilética3. As primeiras reflexões sobre a teoria da prédica foram desenvolvidas por João Crisóstomo (m. em 407 d. C.) em sua obra De sacerdotio e por Agostinho (354-430 d. C.) em sua obra (homilética) principal intitulada De douctrina christiana4. Para Agostinho, o amor a Deus por causa de Deus, que inclui o amor ao próximo, é a vocação suprema do ser humano e, por conseguinte, o alvo da interpretação bíblica e da prédica5. Para tanto se podem empregar recursos retóricos, cujos limites, entretanto, residem no fato de que uma verdadeira compreensão da Sagrada Escritura só pode ser adquirida com os dons do Espírito Santo6. Dificilmente se pode superestimar a influência de Agostinho sobre a prática de pregação da Idade Média. Assim, o método interpretativo relacionado ao sentido quádruplo da Escritura que foi empregado na Idade Média remonta
3 A chamada 2ª Epístola de Clemente, aproximadamente do ano de 150 d. C., é considerada a mais antiga prédica comunitária protocristã. Grandes pregadores da Igreja antiga foram Tertuliano (m. aproximadamente em 220), Cipriano (m. após 258) e, sobretudo Orígines (m. em 254).
4 Cf. verbete Homiletik, de Hans Martin MÜLLER, in: Die Religion in Geschichte und Gegenwart.
5 Cf. ID., IBID.
6 Agostinho, Crisóstomo, Orígines, os grandes capadócios, Tertuliano – todos eles eram mais ou menos instruídos em termos de retórica. Essa clássica do discurso tinha sua tarefa na argumentação política e era ensinada como ciência.  
a Agostinho. O alvo da prédica era a instrução pela palavra; Crisóstomo entendia essa instrução como único “meio e caminho para a santificação além do exemplo da boa ação”. (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 146).
Schneider-Harppecht (1998, p. 147). No período da Idade Média houve uma tradição voltada para as prédicas com extrema diversificação. A prédica ocupava o seu primeiro posto. Infelizmente a prédica não foi vista pelo clero com bons olhos, e o pregador passou a ser considerado como um arauto, onde deveria pregar somente os juízos aterrorizadores que culminaria em sentença no dia do juízo final. Mas podemos encontrar uma diversidade de prédicas de multiformes características, como nas Cruzadas que eram dirigidas diretamente ao povo, nas prédicas dos escolásticos voltadas para um público acadêmico, mas, sobretudo, a atuação da prédica passou também para o misticismo.
Schneider-Harppecht (1998, p. 147). Surge no séc. VIII uma forma de regulamentação, envolvendo o Estado e a Igreja, e foi feita da parte do imperador Carlos Magno. A grande massa de cristãos cristianizado fora das fronteiras agora eles passaram a ocupar internamente grande parte do império, consolidando com isso a vida cristã e eclesial, Carlos Magno também baixou um decreto, para que fosse feita uma prédica no culto dominical, para edificação e instrução do seu povo7. Magno pretendia que a vida do povo tivesse uma ascensão e uma profunda renovação eclesial.
7 Veja Dietrich RÖSSLER, Grundriss der Praktischen Theologie, p. 309.
Schneider-Harppecht (1998, p. 147). Até o presente momento só haviam prédicas feitas em latim, isso para o povo não repercutia em nenhum benefício. Entretanto, essas novas prescrições não tiveram maiores benefícios, pelo fato de o clero comum, que somente tinha como objetivo a celebração da missa, não estava em condições favoráveis de executar as prédicas. Na época de Lutero era de grande valia a prédica, isso se dava pelo fato de a Igreja Católica, ser a detentora de maus costumes quanto à liturgia da Palavra, tanto Lutero quanto outros grandes homens viam a extrema necessidade de levar ao povo a Palavra de Deus pregada e ensinada.
a) Lutero e a época da Reforma: Lutero expressou-se de maneira extremante crítica sobre a prédica da Igreja papal. Segundo seu juízo, só seriam apresentadas “tolices”, “lendas de santos, histórias mentirosas sobre sinais milagrosos, peregrinações, missas, serviço aos santos, indulgência e coisas desse gênero”. (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 147).
10 Prédica sobre Ef 5. 1-9, in: WA 8, 149ss.
11 Dietrich RÖSSLER, op. Cit., p. 313.
12 “A linguagem é uma grande e uma divina dádiva nos seres humanos, pois a sabedoria linguística, e não a violência, governa, educa, forma, consola, reconcilia as pessoas em todas as situações da vida, principalmente em questão da consciência moral... A palavra falada tem força verdadeiramente maravilhosa, pois por causa dessa palavra incerta da boca humana Satanás, o espírito mais soberbo, fica confuso e é obrigado a fugir” (Bo A 8, 223s. ; TR4081; cit. AP. Dietrich RÖSSLER, op. Cit.).
É preciso refletir sobre esse juízo de Lutero, que foi assumido até a Era Moderna, e obter clareza quanto às implicações a ele associadas.
Ao realizar esse trabalho, me detenho a pensar, o porquê de nós não termos mais apologistas no campo da Homilética, na questão da Palavra pregada e ensinada. Digo no meio pentecostal. Estamos vivendo um caos litúrgico, onde o culto visual está em grande vantagem sobre a prédica, são apresentações e mais apresentações, às vezes ficam reservados menos de trinta minutos para exposição da Palavra.
Podemos observar o valor que Lutero dava a Palavra. “Lutero viu na palavra a categoria decisiva para o relacionamento do ser humano com Deus.” 11 Deus dá o ser por meio da palavra (Gn 1), promete graça a seu povo, lhe dá ordens e o julga. O ser humano torna-se ser humano por meio da palavra, por meio da linguagem12. A fé é criada pela palavra que vem de Deus. E mais: a própria prédica é entendida como a palavra de Deus. (...), esse relacionamento de palavra falada externa e palavra interior de Deus, que cria a fé no ser humano, é suficiente; o infinito está inteiramente presente no infinito: finitun capax infiniti. (...). Para Lutero a própria palavra era “uma coisa vigorosa e eficaz”. (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 148).
Schneider-Harppecht (1998, p. 149). Somente a palavra de Deus tem poder para atingir a consciência moral do ser humano, e esta deve ser amparada e libertada pela prédica evangélica. Necessariamente toda prédica deve ter como ponto central a pessoa de Cristo. Desse ponto de vista Lutero tinha toda razão de assumir totalmente a sua “doutrina da prédica” “seguinte fórmula concisa”: Solus Christus praedicandous, “é só a Cristo que se deve pregar”.
Com a Reforma de Lutero Deus providenciou tudo para que a sua Palavra fosse comunicada aos homens, por meio da imprensa. O monopólio da Igreja Católica havia ruído, e agora o povo teria acesso a Palavra de Deus. Deus age assim, quando há barreiras ele simplesmente tira as barreiras, para que a sua Palavra prevaleça.
Schneider-Harppecht (1998, p. 149). “Quase ao mesmo tempo em que ocorreu a Reforma, Johann Gutenberg desenvolveu a técnica da impressão”. Com a palavra escrita impressa e multiplicada, desenvolveu um importantíssimo papel na transição da Idade Média para a Era Moderna. O ser humano foi tido em destaque, mais acentualmente do que até então. A vez do livro, fez com que essa individualização tivesse total apoio.
O caráter do sujeito deve ser entendido como característica essencial da Era Moderna. A técnica da imprensa e a necessidade de ensinar também as pessoas simples a ler e a escrever andaram de mãos dadas. Assim, devemos, não por último, ao desenvolvimento de um meio (a saber, do livro) o fato de que um dos bens mais valorizados do presente, o caráter de sujeito que tem o ser humano, pôde se desenvolver dessa forma tão importante para nós hoje. A insistência dos reformadores no aceso geral à escola antecipa justamente esse momento: o indivíduo torna-se sujeito de si mesmo ao se deixar interpelar pela palavra. Segundo Lutero, Deus quer dirigir a palavra ao ser humano enquanto indivíduo e quer fazê-lo diretamente. É para o indivíduo que se destina a pregação da Palavra. (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 149).
Prédica [Dev. de predicar.] 1. V. sermão (1): 2. Discurso; oração. [Cf. predica, do v. predicar.
a) Considerações sobre a prédica
Ao longo da nossa vida eclesiástica vivemos e usamos termos triviais, não inovamos e nem procuramos usar termos técnicos ou desconhecidos da nossa liturgia eclesiástica. Entre tantos nomes dados a pregação, prédica para nós pode parecer desconhecido, mas esta informação vem para somar nosso conhecimento. Todo pregador tem diante de si um grande dilema relacionado com o fato de ter que pregar. Para pregar ele sabe que tem que cumprir regras ou então pregue o que quiser, não é esse o nosso caso, ao contrário temos que ser exemplo na pregação.
Schneider-Harppecht (1998, p. 144). Portanto, quem quer pregar tem diante de si uma enorme fonte nas Escrituras, que não foi escrito por ele. Todo pregador tem sua própria historia, sua própria razão de fé – tudo isso lhe foi comunicado historicamente –, tem diante de si uma congregação que, por sua vez, tem sua história própria, sua fé própria, e acima de tudo, tem uma personalidade peculiar. Todo pregador tem diante de si um fator importante e ele sabe que precisa despender esforços para elaborar uma prédica, isso ele faz sabendo sobre o que o texto escolhido tem a dizer, e como pretende que seja entendido pela comunidade, mas se comunica, (de quem é essa comunicação? Do texto ou as do pregador? Ou as de Deus?); é exatamente isso que importa para a sua comunidade, que se reúne não para ouvir suas palavras, seus improvisos, suas besteiras, asneiras ou qualquer coisa, menos a Palavra de Deus.
Schneider-Harppecht (1998, p. 144). Mas ele foi escolhido por Deus e pela comunidade para falar somente de Deus. Às vezes não prestamos conta a nós mesmos em termos teológicos sobre conceito do dia a dia e dos excessos da nossa conturbada rotina dominical. Há uma forte tendência de abandonarmos nossos conceitos teológicos e abraçarmos a nossa forma particular e nosso próprio estilo que nos lavam a certos costumes distantes do que aprendemos na academia. Pregamos muitas vezes na semana e pensamos já ter pregado tudo, esgotados os assuntos que pregamaos1.
1 O mais tardar então chega o momento em que os pastores começam a pensar em mudar de paróquia.
2 Nessas questões terminológicas, adoto aas propostas de Nelson KIRST, Rudimentos de Homilética, p. 17s.
Segue uma orientação para auxiliar nosso procedimento e a forma correta de considerarmos nossa forma de expormos nossa prédica.
Nossa proposta visa fazer com que nos ocupemos de maneira nova – saindo da rotina – com a teologia da prédica para definir nosso próprio posicionamento. Queremos estimular o/a leitor/a ocupar-se mais uma vez com temas homiléticos, a ocupar-se mais uma vez com sua própria posição teológica. (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 144).
b) A Função do termo prédica
Estamos acostumados com o nome pregação, ou mensagem, forçando um pouco preleção, provavelmente jamais abriria outro espaço para entendermos a função do termo prédica, se bem que o nosso assunto homilético tem tudo a ver com este termo, porém muito pouco, ou quase nada está sendo usado em nosso meio, digo meio pentecostal.
Neste ensaio o discurso público proferido no púlpito é designado sempre como “prédica”. Em relação a isto poderia surgir um problema terminológico, já que essa expressão é desconhecida em algumas igrejas ou porque se emprega outro termo: “sermão” e “homilia” no âmbito católico, ao passo que em algumas tradições a prédica é designada como “mensagem”. O conceito genérico sob o qual se podem subsumir todas as espécies de proclamação pública da Palavra é “pregação” 2 (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 144).
c) A Prédica no pensamento de Schleiermacher e de Barth
Serve de estímulo espiritual para nós o testemunho desses dois grandes homens de Deus, que deixaram seus pensamentos quanto à prédica.
Schneider-Harppecht (1998, p. 153). Daniel Friedrich Ernest Schleiermacher (1768-1834). “Schleiermacher era um teólogo com uma inclinação e sensibilidade acentuadamente artística. A partir daí explica-se também por que ele colocou a prédica numa relação de analogia com o lirismo”.
No pensamento de Friedrich Schleiermacher encontra-se uma concepção homilética inteiramente distinta daquela proposta pelo iluminismo. Para ele o culto e a prédica não são atividades docentes – neles não há nada para “aprender”, nem de modo geral em termos práticos, como nas prédicas da época do iluminismo nem no sentido dogmático, como na ortodoxia. Bem pelo contrário: na prédica se expressa à autoconsciência piedosa do pregador, cujo interesse seria introduzir a comunidade nesse sentimento piedoso e fazê-lo sintonizar-se com ele. O pregador sai do meio da comunidade, colocando-se diante dela, e a faz participar, durante a prédica, do sentimento da religião. Ele comunica a comunidade em sua alocução o que sente profundamente em si mesmo. Segundo Schleiermacher, a prédica seria comunicação da autoconsciência piedosa que se tornou pensamento. “Ele [sc. O pregador] adianta-se para exibir sua própria concepção como objeto para os demais, para conduzi-los à área da religião, onde é o lar dele, e para inocular-lhes seus sentimentos sagrados: ele enuncia o universo, e em sagrado silêncio a comunidade acompanha seu discurso.” 19 (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 153).
19 Friedrich SCHLEIERMACHER, Über die Religion, p. 101.
20 ID. , IBID., p. 99s.
Para Schleiermacher a participação consciente do pregador, seu ânimo interior, seria a vida da sua prédica, isso seria expor seus sentimentos mais profundos na questão da Palavra pregada, sem interpor a atuação do Espírito Santo.
Schneider-Harppecht (1998, p. 153). “O que impeliria o pregador não seria seu próprio orgulho ou pretensão. Pelo contrário: aquilo que ele sente interiormente faz com que comunique isso à comunidade”. Schneider; Harppecht (1998, p. 153). De início sua aspiração é antes de tudo, quando uma reflexão religiosa clareou sua mente ou o seu sentimento piedoso que preenche sua alma – também tem condições de chamar para si a atenção de outros ouvintes para esse objeto “e, na medida do possível, reproduzir nela as vibrações de seu ânimo.”  
Quando a prédica era finalizada, o pregador então voltava par o circulo da sua comunidade. Nada o colocava acima da sua comunidade. Neste ponto Schleiermacher era inteiramente um defensor do sacerdócio de todos os crentes. O elemento de ligação entre a comunidade e o pregador é a relação comum com a Escritura. Sob esta ótica pode-se designar o procedimento homilético de Schleiermacher como dialógico: “E um diálogo com a passagem da Escritura, que ele [sc. o pregador] inquire e que lhe reponde, e com sua comunidade.” 21 (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 154).
21 ID., PraktischenTheologie, p. 216. 23 Karl BARTH, Homiletik, p. 30.
O pensamento de Schleiermacher pode parecer estranho, sem uma investigação teológica. Para alguns pode ser uma idéia, um tanto absurda, mas por outro lado é compreensível o seu pensamento a meu ver. Isso porque ele está se referindo a consciência interior do pregador que usa de sua consciência piedosa para comunicar sua prédica, aos seus ouvintes. Deus não usa homens robotizados, mas sua participação consciente é sem dúvida necessária e coerente.
Barth foi sem dúvida, um teólogo muito considerado nos círculos acadêmicos, também deixou sua grande contribuição teológica, quanto à questão da prédica.
Schneider; Harppecht (1998, p. 154). Karl Barth (1886-1968): “Para a teologia da dialética, a tarefa da prédica era tão- somente a “proclamação da palavra de Deus”, e não instrumentação, aplicação prédica ou regalo com as profundezas de um sentimento religioso indefinível”.
Nesta concepção, a questão decisiva da homilética é a definição do relacionamento entre a palavra humana – que nossa prédica, afinal, sempre é – e a palavra divina – que uma prédica deveria ser. Ocorre que, em certo sentido, a teologia dialética, ao definir o que é a prédica, recorre a um padrão básico ortodoxo quando constata: praedicatio verbi Dei est verbum Dei – “a pregação da palavra de Deus é a palavra de Deus”. A palavra de revelação de Deus deve expressar-se na prédica; a prédica deve poder tornar-se palavra de Deus. O pregador deve entender a si mesmo como instrumento de Deus, que o requisita para, por meio da prédica do pregador, tomar, ele próprio, a palavra. Isso, naturalmente, está fora do domínio do próprio pregador, e a prédica é a “possibilidade impossível” do pregador. (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 154).
Numa pequena homilética Karl Barth oferece a seguinte definição de doutrina da prédica em duas partes.
1. Prédica é a palavra de Deus, falada por ele mesmo lançando mão do serviço da explicação – em discurso livre, dirigindo a pessoas da atualidade – de um texto bíblico por parte de uma pessoa vocacionada para isso na Igreja obediente à sua missão.
2. A prédica é a tentativa ordenada da à Igreja de servir à palavra do próprio Deus por meio de uma pessoa vocacionada para isso, e de servir a ela de tal modo que um texto bíblico seja explicado, em discurso livre, as pessoas da atualidade como texto que diz respeito justamente a elas enquanto anúncio daquilo que têm a ouvir do próprio Deus. 23 (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 154).
Schneider-Harppecht (1998, p. 154). Barth procurou expor de maneira consciente o que de fato é necessário para que o pregador conheça a sua definição de prédica. O pregador sempre está a quem da exigência que pesa sobre ele na tarefa de proclamador da Palavra de Deus. Ele como recebedor da palavra, sem estar seguro da sua incumbência; pois o que ele tem a expressar não passa de palavra humana. Somente Deus tem o poder de transformar a palavra humana em sua Palavra, que tenha como propósito atingir o seu ouvinte.
1. A tentativa da teologia dialética deve ser entendida como reação e medida defensiva contra toda e qualquer tentativa humana de cooperar no acontecimento da revelação de Deus. O ser humano é recebedor da palavra de Deus. Também o pregador, não obstante todo o esforço que deva envidar em sua preparação para a prédica, não pode saber se com suas palavras ele realmente proclama a palavra de Deus. Isto é um círculo fechado em que Deus é o sujeito e o objeto e mediação entre ambos. “25 (SCHNEIDER-HARPPECHT 1998, P. 154).
Barth menciona a palavra vocacionado. Sabemos que existem grandes oradores em nosso meio, se esses homens foram realmente chamados por Deus, consequentemente são vocacionados por Ele. Independente de serem homens, provavelmente instruídos na técnica do conhecimento dialético, não pode ser considerada a técnica dialética como um obstáculo para a pregação, se bem que podemos usar tais recursos, mas isso não entra em choque com a ação do Espírito Santo o principal agente da transmissão da Palavra de Deus, nos homens vocacionados.
Dialética [Do gr. Διαλεκτικε - dialektiké (téchne), pelo lat. dialectica.] Filos. Arte do diálogo ou da discussão quer num sentido laudativo, como força de argumentação, quer num sentido pejorativo, como excessivo emprego de sutilezas (...). 

domingo, novembro 02, 2014

A RESTAURAÇÃO PASSA PELA FIDELIDADE NA DEVOLUÇÃO DOS DÍZIMOS (3.8-10)

Hernandes Dias Lopes
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida (3.8-10).
Precisamos entender alguns aspectos importantes sobre a questão do dízimo. Esse é um tema claro nas Escrituras. Muitas pessoas, por desconhecimento, têm medo de ensinar sobre esse importante tema. Outras, por ganância, fazem dele um instrumento para extorquir os incautos. Ainda outras, por desculpas infundadas, sonegam-no, retêm-no e apropriam-se indevidamente do que é santo ao Senhor. O povo de Deus, que fora restaurado por Deus, agora estava roubando a Deus nos dízimos e nas ofertas.
Thomas V. Moore interpretando a lei de Moisés, diz que os dízimos requeridos pela lei mosaica eram 10% de tudo o que o povo recebia, valores esses destinados à manutenção dos levitas (Lv 27.30-32). Desses dízimos os levitas pagavam 10% aos sacerdotes (Nm 18.26-28). Ainda, outro dízimo era pago pelo povo a cada três anos, destinado aos pobres, viúvas e órfãos (Dt 14.28,29).94
Vejamos alguns pontos importantes sobre o dízimo.
Em primeiro lugar, o dízimo é um princípio estabelecido pelo próprio Deus. A palavra dízimo maaser (hebraico) e dexatem (grego) significa 10% de alguma coisa ou de algum valor.95 O dízimo não é uma cota de 1% nem de 9%; o dízimo é a décima parte de tudo o que o homem recebe (Gn 14.20; Ml 3.10).96 O dízimo não é invenção da Igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo não é dar dinheiro à igreja, é ato de adoração ao Senhor. O dízimo não é opcional, é mandamento; não é oferta, é dívida; não é sobra, é primícia; não é um peso, é uma bênção.
O dízimo é ensinado em toda a Bíblia: antes da lei (Gn 14.20), na lei (Lv 27.30), nos livros históricos (Ne 12.44), poéticos (Pv 3.9,10), proféticos (Ml 3.8-12) e também no Novo Testamento (Mt 23.23; Hb 7.8). O dízimo não é uma questão meramente financeira, mas, sobretudo, espiritual. O bolso revela o coração. Durante o reinado de Ezequias, houve um grande despertamento espiritual e o resultado foi a dedicação de dízimos e ofertas ao Senhor (2Cr 31.5,12,19). Sempre que o povo de Deus se volta para o Senhor com o coração quebrantado, os dízimos são devolvidos.
Em segundo lugar, o dízimo é santo ao Senhor (Lv 27.32). Quando o rei Belsazar usou as coisas santas e sagradas do templo de Deus para o seu próprio deleite, o juízo divino caiu sobre ele (Dn 5.22-31). Quando Acã apanhou o que eram as primícias para Deus (Js 6.18,19) e as escondeu debaixo da sua tenda, o castigo de Deus veio sobre ele (Js 7.1).
Em terceiro lugar, o dízimo faz parte do culto. A devolução dos dízimos fazia parte da liturgia do culto. “A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos...” (Dt 12.6). A devolucão dos dízimos é um ato litúrgico, um ato de adoração que deve fazer parte do culto do povo de Deus.
Em quarto lugar, o dízimo é para o sustento da Casa de Deus. “Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação” (Nm 18.21). O dízimo é o recurso que Deus estabeleceu para o sustento de pastores, missionários, obreiros, aquisição de terrenos, construção de templos, compra de literatura, assistência social, bem como toda a manutenção e extensão da obra de Deus sobre a terra. Se no judaísmo os adoradores traziam mais de 10% de tudo que recebiam para a manutenção da Casa de Deus e dos obreiros de Deus, bem como para atender às necessidades dos pobres, muito mais agora, que a Igreja tem o compromisso de fazer discípulos de todas as nações.
Em quinto lugar, vejamos algumas desculpas descabidas quanto ao dízimo
A primeira desculpa é a justificativa teológica: O dízimo é da lei. Sim, o dízimo é da lei, é antes da lei e também depois da lei. Ele existiu no sacerdócio de Melquisedeque, no sacerdócio levítico e no sacerdócio de Cristo. A graça vai sempre além da lei (Mt 23.23). Se a lei nos isenta do dízimo, então também nos isentará da justiça, da misericórdia e da fé, pois também são da lei. Ainda que o dízimo fosse uma prática exclusiva da lei, mesmo assim, deveríamos observá-lo, pois também o decálogo é da lei e nem por isso sentimo-nos desobrigados de obedecê-lo. Ivonildo Teixeira corretamente exorta àqueles que tentam escapar da responsabilidade do dízimo dizendo que só vêem sua prática no Antigo Testamento:
Que bom você enxergar o dízimo no Testamento que fala do povo de Deus, dos grandes milagres, dos homens ungidos, dos reis e rainhas, dos profetas e sacerdotes que foram tremendamente usados por Deus. É no Antigo Testamento que encontramos os Dez Mandamentos que nos ensinam a: “Não adorar a outro Deus”, “Não fazer imagens de escultura”, “Não matar”, “Não adulterar”, “Não roubar”, “Não cobiçar”. Como estas leis estão inseridas no Antigo Testamento, sendo assim, você vai fazer tudo ao contrário? Creio que não! Se você crê na inspiração do Antigo Testamento, o dízimo está incluso, ordenado por Deus, e isto basta!97
A segunda desculpa é a justificativa financeira: “O que eu ganho não sobra”. Dízimo não é sobra, é primícia. Deus não é Deus de sobra, de resto. A sobra nós damos para os animais domésticos. A ordem de Deus é: “Honra ao Senhor com as primícias da tua renda...” (Pv 3.9). Os homens fiéis sempre separaram o melhor para Deus, ou seja as primícias (Êx 23.19; 1Cr 29.16; Ne 10.37). Se não formos fiéis, Deus não deixa sobrar. O profeta Ageu diz que o infiel recebe salário e o coloca num saco furado, vaza tudo. O que ele rouba de Deus foge entre os dedos (Ag 1.6). Hoje os cristãos gastam mais com cosmético do que com o Reino de Deus. Investem mais em coisas supérfluas do que com a salvação dos perdidos. Gastamos mais com aquilo que perece do que com a evangelização do mundo. Quando acumulamos justificativas e desculpas para sonegarmos o dízimo, estamos revelando apenas que o Reino de Deus não é nossa prioridade e que o nosso amor por Deus é menor do que o apego ao dinheiro. Quando dizemos que a razão de retermos o dízimo é que se o pagarmos vai nos faltar o básico, estamos permitindo que Satanás encha o nosso coração de incredulidade. É Deus quem cuida do Seu povo. Dele vem a nossa provisão. Cabe-nos obedecer a Deus e deixar as conseqüências em Suas mãos. Ele é fiel!
A terceira desculpa é a justificativa matemática: “Eu não entrego o dízimo, porque tem crente que não é dizimista e prospera ao passo que tem crente dizimista pobre”. Não basta apenas ser dizimista, é preciso ter a motivação correta. É um ledo engano pensar que as bênçãos de Deus limitam-se apenas às coisas materiais. As pessoas mais ricas e mais felizes do mundo foram aquelas que abriram mão do que não podiam reter, para ganhar o que não podiam perder. Dízimo não é barganha nem negócio com Deus. Precisamos servir a Deus por quem Ele é e não pelo que vamos receber em troca. Se o seu coração está no dinheiro, você ainda precisa ser convertido. A prosperidade financeira sem Deus pode ser um laço. Um homem nunca é tão pobre como quando ele só possui dinheiro. Jesus disse que a vida de um homem não consiste nas riquezas que ele possui. Nada trouxemos para este mundo, nada levaremos dele. O máximo que o dinheiro pode oferecer ao homem é um rico enterro. Riqueza sem salvação é a mais consumada miséria.
A quarta desculpa é a justificativa sentimental: “Eu não sinto que devo entregar o dízimo”. Pagar o dízimo não é questão de sentimento, mas de obediência. O crente vive pela fé e fé na Palavra. Não posso chegar diante do gerente e dizer que não sinto vontade de pagar a dívida no banco. Não posso encher o meu carrinho de compras no supermercado e depois dizer para o caixa: “eu não sinto vontade de pagar essa dívida”. Apropriar-se do dízimo é desonestidade, é roubo, é subtrair o que não nos pertence. Enganam-se aqueles que sonegam o dízimo porque julgam que Deus não bate à sua porta para cobrar nem manda seu nome para o SPC do céu. A Bíblia diz que de Deus não se zomba, aquilo que o homem semear, isso ceifará. A retenção do dízimo provoca a maldição divina e a ação devastadora do devorador.
A quinta desculpa é a justificativa da consciência: “Eu não sou dizimista, mas dou oferta”. Dízimo é dívida, oferta é presente. Primeiro, você paga a dívida, depois dá o presente. Não posso ser honesto com uma pessoa, se devo a ela dez mil reais, e chego com um presente de quinhentos reais, visando, com isso, liquidar a dívida. Não podemos subornar a Deus. Ele não pode ser comprado nem enganado. Deus requer fidelidade!
A sexta desculpa é a justificativa política: “A igreja não administra bem o dízimo”. Deus mandou que eu trouxesse todos os dízimos à casa do Tesouro, mas não me nomeou fiscal do dízimo. Eu não sou juiz do dízimo de Deus. Minha obediência não deve ser condicional. Quem administra o dízimo vai prestar contas a Deus.
A sétima desculpa é a desculpa da visão mesquinha: “A igreja é rica, ela não precisa do meu dízimo”. Em primeiro lugar, o dízimo não é meu, mas de Deus. Em segundo lugar, meu dever é entregá-lo com fidelidade como Deus me ordenou e onde Deus me ordenou. Ainda perguntamos: será que temos tomado conhecimento das necessidades da igreja? Vislumbramos as possibilidades de investimento em prol do avanço da obra? Além do mais, o dízimo não é da igreja, é do Senhor. É Ele quem o recebe (Hb 7.8).
A oitava desculpa é a desculpa da discordância pessoal: “Eu não concordo com o dízimo”. Temos o direito de discordar, só não temos o direito de escolher as conseqüências das nossas decisões. Quando discordamos do dízimo, estamos discordando da Palavra de Deus que não pode falhar. Quando discordamos do dízimo, estamos indo contra a palavra dos patriarcas, dos profetas, e acima de tudo, do Senhor Jesus, que disse: “Dai a César (os impostos, os tributos e as taxas) o que é de César e a Deus o que é Deus (os dízimos e as ofertas)” (Mt 22.21).98
Em sexto lugar, pecados graves quanto ao dízimo. Malaquias denuncia alguns pecados graves quanto ao dízimo que estavam sendo cometidos pelo povo
O primeiro pecado é reter o dízimo. “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas” (3.8). Joyce Baldwin diz que o verbo “roubar”, qaba, é raro no Antigo Testamento, mas bem conhecido na literatura talmúdica como “tomar à força”.99 O povo estava roubando a Deus: 1) trazendo ofertas indignas (1.13); 2) oprimindo os pobres (3.5); 3) retendo os dízimos (3.8). A palavra roubar, portanto, significa tomar à força, ou seja, é uma espécie de assalto intencional, planejado e ostensivo. A única vez que esse verbo aparece novamente é em Provérbios 22.23 para descrever o despojamento do pobre. Reter o dízimo santo ao Senhor é uma insensatez, pois ninguém pode roubar a Deus impunemente.
Tentar defraudar a Deus é defraudar a si mesmo,100 pois tudo que temos pertence a Deus: nossa vida, família e bens. Uma águia, buscando alimento para os filhos, arrancou com suas fortes garras a carne do altar do sacrifício. Voou para o ninho dos seus filhotes com o cardápio do dia, mas havia ainda na carne uma brasa acesa e esta incendiou o ninho dos seus filhotes, provocando um desastrado acidente. Não é seguro retermos o que é de Deus para o nosso sustento. Deus é o criador, provedor e protetor, por isso devemos depender Dele mais do que dos nossos próprios recursos. Nossa confiança precisa estar no provedor, mais do que na provisão. Nenhum homem jamais perdeu alguma coisa por servir a Deus de todo o coração, ou ganhou qualquer coisa, servindo a Ele com o coração dividido, diz Thomas V. Moore.101 Diante da sonegação dos dízimos, o Senhor lembra aos judeus que estavam, na realidade, roubando a si próprios, pois o resultado de tal atitude era o fracasso das colheitas.102
Dionísio Pape afirma que quem rouba a Deus não é capaz de amá-Lo.103 Na verdade, sonegar o dízimo é atuar com dolo e esta é uma maneira estranha de exprimir gratidão a Deus, diz Herbert Wolf.104 Reter o dízimo é colocar o salário num saco furado, diz o profeta Ageu (Ag 1.6). Jamais uma pessoa prosperará retendo o dízimo de Deus, pois a Bíblia diz que reter mais do que é justo é pura perda (Pv 11.24). Reter o dízimo é uma clara demonstração de amor ao dinheiro, e a Bíblia diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6.10). Reter o dízimo é desconfiar da providência divina, é um ato de incredulidade e infidelidade Àquele que nos dá a vida, a saúde, o sustento e a própria vida eterna. Reter o dízimo é roubar a Deus de forma ostensiva e abusiva. Reter o dízimo é desamparar a casa de Deus (Dt 26.14). Thomas V. Moore diz que se nós quisermos ter os tesouros de Deus abertos, devemos abrir os nossos próprios tesouros (3.10,11).105 Corações inteiros e mãos abertas abrem sobre nós as janelas dos céus e disponibilizam para nós os inesgotáveis recursos de Deus.
Malaquias fala não apenas do dízimo, mas também das ofertas. Eram as partes dos sacrifícios separados para os sacerdotes (Êx 29.27,28; Lv 7.32; Nm 5.9). Elas tinham também uma finalidade especial (Êx 25.2-7). Quando ninguém trazia ofertas, os levitas não tinham outra opção senão desistir do seu ministério e ganhar o seu sustento na agricultura, diz Baldwin.106
O segundo pecado é subtrair o dízimo. A Bíblia ordena: “Trazei TODOS os dízimos” (3.10). O dízimo é integral. Muitas pessoas pensam que podem enganar a Deus quando estão preenchendo o cheque do dízimo. Elas colocam um valor muito inferior ao que representa os 10% estabelecidos pelo Senhor. Pelo fato de enganarem a igreja, pensam que também enganam o Senhor da Igreja. Isso é um terrível engano. Deus não precisa de dinheiro, pois Dele é o ouro e a prata (Ag 2.8). Deus não precisava da árvore da ciência do bem e do mal no Jardim do Éden. Deus queria a fidelidade de Adão. Deus não precisava do sacrifício de Isaque, Ele queria a obediência de Abraão. Assim, também, Deus não precisa de dinheiro. Ele requer a fidelidade do Seu povo. Deus viu Ananias e Safira escondendo parte da oferta e os puniu por isso. Podemos nós enganar Àquele que tudo vê? O dízimo é sustento da Casa de Deus. Os levitas e os sacerdotes viviam dos dízimos. Os pobres eram amparados com os dízimos (Dt 14.28). Devemos trazer todos os dízimos à casa do Tesouro.
O terceiro pecado é administrar o dízimo. A Bíblia ensina: “Trazei todos os dízimos à CASA DO TESOURO” (3.10). Não temos o direito de mudar uma ordem do Senhor (Dt 12.11). Não podemos fazer o que bem entendemos com o que é de Deus. Não somos chamados a administrar o dízimo nem sermos juízes dele, mas a devolvê-lo ao seu legítimo dono. Deus mesmo já estabeleceu em Sua Palavra que o dízimo deve ser entregue em Sua Casa. Há pessoas que repartem o dízimo para várias causas: enviam 2% à uma igreja necessitada; remetem 3% para uma obra social; ajudam um missionário com mais 2% e depois, entregam 3% à igreja, onde freqüentam. Essa prática está errada. Não temos o direito de administrar o dízimo. Há pessoas, ainda, que freqüentam uma igreja e entregam todo o dízimo em outra. Isso é o mesmo que jantar num restaurante e pagar a conta em outro. Se quisermos ajudar uma causa, devemos fazê-lo com o que nos pertence e não com o dízimo do Senhor. Este deve ser trazido integralmente à casa do Tesouro. A casa do Tesouro era uma expressão que designava os celeiros ou armazéns, a tesouraria do templo, amplos salões em que se colocavam os dízimos (1Rs 7.51).107
O quarto pecado é subestimar o dízimo. Eles perguntavam: “Em que te roubamos?” (3.8). Eles pensavam que o dízimo era um assunto sem importância. Eles sonegavam o dízimo e julgavam que essa prática não os afetava espiritualmente. A nossa negligência e a dureza do nosso coração em reconhecermos o nosso pecado não atenuam a nossa situação. O que pensamos sobre uma situação não a altera aos olhos de Deus. A verdade de Deus é imutável, e isso não depende do que venhamos a pensar sobre ela. A geração de Malaquias não apenas sonegava o dízimo, mas não sentia por isso nenhuma culpa. Eles pecaram e ainda justificaram o seu pecado.
Em sétimo lugar, vejamos dois perigos sérios quanto à negligência do dízimo. O profeta Malaquias avisa solenemente acerca de dois graves perigos para aqueles que sonegam o dízimo e retêm em suas mãos o que é santo ao Senhor.
O primeiro perigo é a maldição divina. “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós a nação toda” (Ml 3.9). A maldição chega a um terceiro nível no livro de Malaquias.
A primeira maldição foi imposta ao enganador que, tendo o melhor, dá o pior para Deus (1.14). A segunda maldição é endereçada aos sacerdotes que desonram a Deus (2.2), mas, agora, a terceira maldição é derramada sobre toda a nação que está roubando a Deus nos dízimos e ofertas (3.8,9). A desobediência sempre desemboca em maldição. Insurgir-se contra Deus e violar as Suas leis trazem maldição inevitável. Deus é santo e não premia a infidelidade. Ele vela pela Sua Palavra para a cumprir. Deus é fogo consumidor e terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo. É tempo de a Igreja arrepender-se do seu pecado de infidelidade quanto ao dízimo. Sonegar o dízimo é desamparar a casa de Deus. Sonegar o dízimo é deixar de ser cooperador com Deus na implantação do Seu Reino. Precisamos nos voltar para Deus de todo o nosso coração, pois só assim traremos integralmente o que somos e temos para o altar.
O segundo perigo é a devastação do devorador. “Por vossa causa repreenderei o devorador” (3.11). O devorador pode ser tudo aquilo que subtrai nossos bens, que conspira contra o nosso orçamento e que mina as nossas finanças. Thomas V. Moore diz que “o devorador” aqui não deve ser entendido como qualquer tipo específico de destruidor, mas qualquer e todo tipo, racional ou irracional.108 O profeta Ageu alertou sobre as conseqüências da infidelidade, dizendo que é o mesmo que receber salário e colocá-lo num saco furado (Ag 1.6). Quando retemos fraudulentamente o que é de Deus, o devorador come o que deveríamos entregar no altar do Senhor.




94      MOORE, Thomas V. A commentary on Haggai and Malachi, p. 159.
95      TEIXEIRA, Ivonildo. Finanças com propósito. Belo Horizonte: Atos, 2003, p. 91.
96      TEIXEIRA, Ivonildo. Basta! mendigo no más, 2005, p. 28.
97      TEIXEIRA, Ivonildo. Finanças com propósito, p. 95.
98      TEIXEIRA, Ivonildo. Finanças com propósito, p. 94.
99      BALDWIN, Joyce G. Ageu, Zacarias e Malaquias, p. 206.
100      MOORE, Thomas V. A commentary on Haggai and Malachi, p. 162.
101      MOORE, Thomas V. A Commentary on Haggai and Malachi, p. 162.
102      Ellisen, Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento, p. 347.
103      PAPE, Dionísio. Justiça e esperança para hoje, p. 136.
104      WOLF, Herbert. Ageu e Malaquias, p. 113.
105      MOORE, Thomas V. A commentary on Haggai and Malachi, p. 162.
106      BALDWIN, Joyce G. Ageu, Zacarias e Malaquias, p. 206-207.
107      WOLF, Herbert. Ageu e Malaquias, p. 114.
108      MOORE, Thomas V. A commentary on Haggai and Malachi, p. 161.

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