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quinta-feira, junho 19, 2014

ATITUDES E PRINCÍPIOS BÁSICOS



Assim, chego à minha conclusão. Nós crentes devemos acreditar em milagres não por causa de todas essas coisas a que tenho me referido, mas porque acreditamos na Bíblia. O fato de crermos em Deus torna possível para nós aceitar o miraculoso sem dificuldade e acreditar que milagres podem acontecer a qualquer momento segundo a vontade e soberania de Deus. O que tenho tentado dizer é de valor apologético, porém nunca deve ser a base da nossa fé. Se dissermos: "Ah, sim, agora posso acreditar em milagres por causa da nova perspectiva científica, e por causa de uma nova maneira de olhar a saúde e a doença" isso seria para mim uma contradição da fé cristã. Acreditamos em milagres porque acreditamos nas Escrituras, mas o que tenho dito deve ser de algum valor e auxílio apologético para nós, e especialmente da maneira que vou expor a seguir.
Devemos tomar muito cuidado para não cometer o mesmo erro que a igreja católica romana cometeu no caso de Copérnico e Galileu. Os líderes dessa igreja rejeitaram os fatos que foram apresentados por eles, vocês se lembram, porque não concordavam com as teorias dela. Devemos ter muito cuidado para que não sejamos pegos nesse mesmo ponto, e para que não recusemos a reconhecer fatos porque nossa teoria os considera impossíveis. De fato, às vezes tenho tido medo de que nosso dogmatismo nesses assuntos seja semelhante demais àquele demonstrado pelos comunistas e seu tratamento de Lysenko. Não devemos proibir quaisquer descobertas somente por motivos teóricos ou doutrinários. Devemos ter mentes abertas e estar dispostos a aceitar fatos e a examiná-los.
Ao mesmo tempo, devo enfatizar que ainda precisamos manter uma saudável atitude crítica e cética para com tudo que nos é relatado. No entanto, devemos ser críticos de todos os lados, e não simplesmente de um lado. Devemos ter uma atitude crítica para com os dogmatismos da ciência, e também para com as alegações muitas vezes exageradas de certos grupos religiosos. Os próprios cientistas estão assim fazendo hoje em dia, como já temos visto, portanto não devemos ficar para trás. Devemos reconhecer e estar cientes de todas as imensas possibilidades que estão se abrindo. Muitas das antigas e estabelecidas posições dogmáticas dos cientistas estão sendo questionadas nestes dias, em parte devido a essas viagens recentes à lua e tais projetos. Tudo é tão maior do que o homem pensava, as possibilidades são infinitas. Na verdade, o homem sabe tão pouco. Posto que temos conhecimento em certa área, inclinamo-nos a supor que conhecemos tudo. Entretanto, não conhecemos tudo. "Probabilidade", lembrem, é a palavra de hoje, não "determinismo".

Fenômenos não devem determinar crenças

No entanto, e para mim essa é a descoberta mais importante do ponto de vista teológico, não devemos deixar que nossa doutrina seja determinada por fenômenos. Esse, parece-me, é o perigo hoje em dia para muitos bons crentes. Como disse anteriormente, há muitos hoje que ficam tão impressionados por resultados que estão preparados a abandonar o que têm sempre acreditado. Espero que eu tenha conseguido mostrar que não há necessidade para isso. O argumento deles é mais ou menos o seguinte: "Bem, aqui estão essas coisas que Kathryn Kuhlman, por exemplo, está fazendo. Aqui estão resultados concretos. Quem sou eu para opor isso? Quem sou eu para crer no meu modo de pensar e na minha teologia tradicional?" Aí está o erro. Estão preparados a deixar que seu modo de pensar seja controlado por resultados e fenômenos.
Posso dizer-lhes minha resposta para tal raciocínio? Não devemos decidir se é certo uma mulher pregar, e ser pastora de uma igreja somente por causa dos fenômenos que ela pode produzir. Ainda é o ensino da Bíblia que determina uma questão desse tipo. Nossa doutrina em todos os aspectos deve ser determinado pela Bíblia. "Então o que você diz de todos esses fenômenos, como por exemplo curas e línguas estranhas?" perguntam-me. Respondo que não tenho nenhuma dificuldade com esses fenômenos. De maneira alguma afetam minha teologia. Não nego que os relatórios sejam fatos, qua (como) fatos, que muitos podem comprovar. Como vimos, há muitos fatores que podem produzir tais curas. Daí o fato de uma mulher ser capaz de produzir curas não comprova sua alegação de ser pastora, nem significa que tenho de aceitar tudo que ela ensina. Mas esse é precisamente o tipo de pensamento que tem prevalecido nestes últimos anos. Pessoas têm presumido que devido o nome de Cristo ter sido usado numa reunião, então tudo que acontece aí deve ser verdadeiramente cristão, e é, portanto, uma garantia da autenticidade de tudo que é ensinado. Para essas pessoas, os resultados garantem tudo. Conheci boas pessoas que, por causa do que têm visto em "reuniões de cura", têm abandonado o que acreditavam anteriormente. Por causa do que aconteceu em certa reunião, essas pessoas têm se submetido a todo o ensino daqueles que conduziam a reunião.
Há aqueles que têm abraçado o catolicismo romano, e ainda outros estranhos movimentos religiosos, por essa mesma razão. Espero que o que tenho dito nos livre de tal modo errôneo de pensar, fazendo-nos ver que esses fenômenos podem ser explicados adequadamente de várias outras maneiras. Essas maneiras não precisam nem ser cristãs. Posso aceitá-las como fatos, mas minha posição dogmática, doutrinária e teológica permanece invariável. Mesmo assim, preciso recorrer à Bíblia para meus pontos de vista sobre toda questão de doutrina. (D. M. Lloyd-Jones).
 

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